terça-feira, 5 de março de 2013

Playing with Demons!




Capítulo 9 - Sentimentos.

O garoto tinha cabelos pretos, olhos castanhos como o cascalho e pele branca. Era bonito, claro. Não tanto quanto o...Merda. Reprimi o sorriso que se formava em meu rosto, como posso dizer? Fico meio idiota na companhia das pessoas, em especial os garotos. O jovem abriu um sorriso leve em seus lábios, olhando-me.

- Oi, hã. Posso me sentar aqui?- Perguntou ele, um tanto sem graça.

Não pude evitar o sorriso que crescia em meus lábios, tirei uma mecha de meu cabelo do rosto e a coloquei atras da orelha.

- Pode, claro. É um lugar público.- Respondi, já me achando uma idiota.

O cara só queria ser legal e eu aqui, sendo grossa com sua gentileza. Ele se sentou, ainda mantendo seus olhos em mim.

- Meu nome é Peter, e o seu....?- Perguntou ele, ainda sem graça.

- Emily. É um prazer, Peter.- Respondi-lhe, alargando o sorriso.

Ele estendeu a mão, e assim, apertei-a, amistosamente. Sorriso um para o outro e nós encaramos por um momento.

- Nunca tinha de visto, é nova por aqui?

- Sim, cheguei há apenas alguns dias. Moro com Sam, ele é um professor de história, não sei se conhece...- Respondi, dando de ombros.

Peter sorriu, arriando os ombros.

- Sim, conheço. Bem, acho que somos vizinhos, moro de frente a sua casa, nunca te vi saindo de lá, não com frequência.- Disse ele, parecendo um tanto interessado.

Senti minha nuca queimar, e minhas sobrancelhas se franzirem.

- Andei doente esses dias, sabe como é. A mudança de tempo é ainda difícil para mim. Bem, já estou melhor agora.- Respondi-lhe, comprimindo os lábios.

Peter deu de ombros, aproximando-se de mim. Um sorriso gentil permanecia em seus lábios, no entanto, teria que recusar sua amizade, pela própria segurança dele. Me inclinei para o lado, ganhando mais espaço.

- Espero te ver mais vezes, quem sabe a gente não nós encontramos para sair...- Começou Peter, aparentando estar desinteressado.

Em qualquer outra ocasião, teria aceitado, mas neste momento em que estava passando, não podia nem se quer pensar em sair com alguém, ainda mais com um garoto.

- Não gosto de sair muito, acho que sou mesmo uma anti-social.- Fiz uma careta e continuei.- Bom, quem sabe alguma outra hora...- Completei, notando a expressão da decepção do rosto do garoto.

Era péssimo ter  que afastar as pessoas de mim, mas era por um bem maior, para que suas vidas estivessem salvas. Suspirei alto, levantando-se do banco. Sim, já iria embora. Não sabia onde Justin estava, ou como se sentia. Ele poderia estar aqui mesmo, me espionando e pronto para matar aquele jovem garoto. Era hora de partir, antes que ocorresse algo no qual não poderia sentir. Justin não tinha ciúmes de mim, ele não sentia nada, disso não tinha dúvidas. Limpei meu jeans de folhas e voltei-me a olhar Peter.

- Foi um prazer conhecê-lo, já estou de saída.- Disse-lhe, fazendo uma careta.

Peter sorriu e se levantou. Em seguida, pegou em minha mão e a apertou. Respirei fundo e senti meu rosto corar com seu toque. Era tão idiota, e completamente patética com garotos. Peter tinha um sorriso em meus lábios, e me olhava nos olhos.

- Bem, te vejo depois. Caso queira me visitar, estarei a disposição.- Ele sorriu novamente com as últimas palavras, e pude notar a malícia em suas palavras.

- Tudo bem, tchau.- Me despedi dele, dando-lhe as costas.

Fiquei um tanto pasma com suas palavras, como se tivesse segundas intenções comigo. Talvez fosse algo da minha imaginação, não era o tipo de garota desejável, era o que achava e tinha certeza. Meus pensamentos eram apenas nele, o demônio que frequentava minha casa. Agora, já o tratava desta forma, convicta do que ele queria de mim. Minha carne, meu corpo e pelo jeito, minha virgindade. Não estava disposta a nada, queria apenas ter Sam em segurança e que não tivesse uma morte tão dolorosa e lenta como achava que teria. Em apenas alguns minutos, encontrava-me a frente de casa. E para minha surpresa, encontrei Peter em seu jardim, e piscou ao me ver. Dei um breve sorriso e adentrei na casa.

Não tive espaço algum, Justin encontrava-se a minha frente. Sua expressão era rígida e fria, seus olhos analisaram meus movimentos enquanto trancava a porta.

- Onde está Sam?- Perguntei a ele, numa voz rouca.

Justin nada respondeu, continuando me encarando. Respirei fundo, e passei para o lado, a caminho do meu quarto.

- Quem era ele?- Perguntou ele, num sibilo.

Me virei, deparando com seu rosto próximo ao meu.

- O que é isso? Não posso mais falar com ninguém, é isso?- Perguntei, irritada.

Ele apertou meu pulsoo esquerdo, como se fosse esmagá-lo. Soltei um gemido de dor, batendo na parede.

- Está doendo, me solte. Não houve nada, nada!- Exclamei, friamente.

Justin soltou meu pulso, cerrando os punhos. De repente se virou, com a expressão mais contida, no entanto, seus olhar era mais intimidador do que antes. Não tinha dúvida que me faria um pedido, que não poderia negar.

- Não vai encontrar ele de novo.- Mandou ele, decidido.

- Você não devia ser assim tão inseguro...- Murmurei, ainda irritada.

Justin me prendeu contra a parede, com uma rapidez que mal consegui acompanhar. Uma de suas mãos pendiam em minha coxa, levando-a até sua cintura, a outra prendeu-se a minha nuca. Minha respiração tornou-se mais tensa, como se não não tivesse mais fôlego, e não tinha. Ele aproximou seu rosto, colando nossos corpos como um só. Sua pele quente trazia sensações possessivas em contato a minha pele, era como se o desejasse, que o quisesse somente para mim. Seus lábios se aproximaram de minha orelha, tocando-a suavemente. Era tão estranhos quando ele fazia movimentos calmos e leves, também, já o vira com seus dentes afiados e sua força bruta. Seus dedos apertaram mais uma vez minha coxa, deixando com ardência o local.

- Está vendo como provoco você? Ouço seus batimentos quanto falo, toco ou olho para você. Emily, está cada vez mais apaixonada por mim, e sabe o que sinto por você...?- Perguntou ele, agora, olhando em meus olhos.

Neguei com a cabeça, engolindo a seco.

- Quero seu corpo, alma e tudo o que possa consumir. Sabe o quanto é difícil te manter viva? Sabe como desejo ter seu sangue descendo por minha garganta ou sua carne entre os dentes?- Sua voz era amena como veludo, sendo ouvida como sinos de vento por meus ouvidos.

Mesmo que tudo fosse uma ameaça, provocação e brincadeiras dele, eu o desejava. Queria seus lábios nos meus, seus dedos tocando minha pele ou ao mesmo ter seus olhos sobre os meus. E agora tinha tudo e nada ao mesmo tempo. Eu o tinha, mas teria que pagar caro para que pudesse tê-lo aqui. Novamente, neguei com a cabeça. Justin abriu um leve sorriso em seus lábios, mostrando prazer em me manter daquela forma, submissa a ele.

- Pelo que notou, sou um ser sem sentimentos. Não sinto nada, nada. Então não vá achando que estou lhe poupando por algum sentimento humano. Estou apenas poupando sua vida para...Que tenha sacie meus desejos até que não me sirva para mais nada.- Concluiu ele, revirando os olhos com um sorriso debochado.

Suas mãos soltaram meu corpo, deslizando para o meu rosto. Em seguida, ele me beijou nos lábios, voraz. Mal podia acompanhar seus movimentos, sua língua se movimentava com agilidade em minha boca, e eu, tenha acompanhá-la como uma pateta. Justin mordeu minha língua com força, tentei me soltar a ele, que continuou. Senti o gosto do sangue em minha língua, e para minha surpresa, eu não o engoli. Justin o bebia, não sabia o quanto isso poderia ser mais nojento do que como estava sendo, no entanto, ele pareceu não se importar. Bati em seu ombro, com a força que me restava. Tentei soltar um grito de dor, mas parecia que iria me engasgar. Minha garganta latejava, assim como minha língua, nisso veio a dor.

Justin me soltou em seguida, com um sorriso em seus lábios vermelhos com meu sangue. Corri para o banheiro, encostando a porta ao adentrar. Me olhei no espelho e mal tinha sangramento. Havia um sorte horizontal na minha língua, não era fundo, em compensação, era grande o suficiente para sangrar. A dor já não era mais nada, a ardência já se fora, e aqui estava eu, me fitando no espelho. Justin entrou no banheiro, sentando-se na ponta da banheira. Sua expressão era indiferente, mesmo que ainda lambesse os lábios.

- Eu vou...preparar algo para comer.- Anunciei numa voz contida.

Não iria deixá-lo se divertir as minhas custas, não iria mostrar o quanto sofria ou chorar em sua frente. A dor se fora, ou esquecida pela raiva que sentia. Trincando os dentes, me dirigi a cozinha. Não deixei que minha mente se alterasse, se traumatizasse com essa situação. Ele havia se divertido, não tinha? Era hora de voltar a minha vida real, onde tinha breves horas de horror ao lado de um demônio. Minha vida era realmente uma merda.

Bruna. 
E ai, amores o que acharam? Fiz o que podia com esse capítulo, mas prometo que os próximos serão mais quentes, com revelações surpreendentes. Uma nova garota vai chegar...Quem será? HAHA. Bem, espero que estejam gostando e é isso.

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