Capítulo 7 - Brincadeiras.
Primeiramente, Tio Sam estranhou a presença de Justin, logicamente, não era normal termos visitas inesperadas em casa. Sem contar que seus olhos arregalaram-se ao notar as faixas em meu pescoço. Desviei o olhar, olhando para Justin que mantinha uma expressão passível em seu rosto, como se nada estivesse acontecendo ali. Nos lábios de Justin, encontrava-se um sorriso leve, como sempre, amistosamente assustador.
- O que está fazendo aqui, Justin?- Perguntou meu tio, colocando o casado de lado.
Justin colocou-se a minha frente, colocando as mãos no bolso.
- Ouvi um grito lá de minha casa, Emily sofreu um acidente na cozinha. Vi acudi-la, como qualquer vizinho faria.- Respondeu ele, confiante, tanto que se não fosse comigo, eu mesma teria acreditado naquela mentira.
- É melhor você ir.- Disse Sam, seu tom tinha a autoridade de um responsável.
Me afastei de Justin, encostando-me na parede. O rapaz apenas olhou para mim, tocando minha mão e dissipando-se na sala. Finalmente. Olhei para tio Sam, que se aproximou rapidamente.
- Emily, você...?- A pergunta não foi-se terminada, sendo interrompida por ele.
Justin encontrava-se atrás de Sam, segurando o queixo e pescoço do adulto, que poderia ser mais alto que ele, mas com certeza, não seria capaz de se livrar das mãos de Justin. Senti minha boca abrir, pasma com o que via. Não! Isso já era demais. Sam estava com os olhos arregalados, e mal conseguia mexer os músculos de seu corpo. Já conhecia a pressão que Justin fazia, o pânico que provocava em nossa pele, não havia escapatória.
- Justin!- Exclamei, dando um passo para frente.
- Ora, assim não teremos distrações.- Disse, abrindo um sorriso sarcástico em seus lábios.
Olhei para tio Sam, que agora, mantinha os olhos em meu rosto, perguntando-se o que estava acontecendo aqui. Justin apertou-o, e ouvi um ruído de ossos.
- Justin, eu faço o que quiser, por favor...Não.-Pedi, entrando em desespero.
Ele soltou uma risada baixa, afrouxando apenas alguns centímetros as suas do pescoço de Sam. Ele me analisou por um momento, analisando meus movimentos. O rapaz soltou meu tio, virando-o e pegando em nos ombros do mesmo com facilidade. Seus olhos tinham a coloração vermelha, com certeza, estava usando um de seus poderes, ele era um demônio e duvidava que ele não pudesse fazer isso. O corpo de Sam tremia, seus olhos tentavam desviar dos de Justin, mas já tive uma experiência como essa, por mais temeroso que fosse, não conseguia desviar o olhar de seus olhos vermelhos.
- Você vai me aceitar dentro de sua casa, e não se importar por quanto tempo estiver aqui. Considere-me namorado de sua sobrinha, e não fará nada para me impedir. Esqueça de tudo o que houve aqui, e obedeça e tudo o que lhe disse.- Sua voz era macia como veludo, seu tom era de autoridade, como se educasse uma criança.
Sam apenas assentiu, concordando com tudo o que fora lhe mandado, como um cãozinho acuado. Senti o ódio por Justin correr em minhas veias, era um maldito. Além de querer á mim, teria que controlar toda minha vida. Pensando bem, seria mais fácil que Sam seguisse com sua vida, invés de ter que aguentar as ameaças daquele demônio. Trinquei os dentes, com as palmas das mãos fechas.
Justin voltou com um sorriso sarcástico no rosto, soltando os ombros de meu tio. Que parecia atordoado e fora de si, como se tivesse despertado de um transe. Como se nada tivesse acontecido, ele pegou em minha cintura e me guiou até a cozinha, deixando meu tio para trás. Fuzilei Justin com o olhar, desejando que ele tivesse um ataque neste momento, queria sua destruição ou pelo menos esquecer de sua existência para que ele me deixasse em paz para frente. Ele apenas me ignorava, tirando sua mão quente de minha cintura e procurando por alguma coisa em meu armário.
- O que está procurando?- Deixei escapar, observando que ele não estava se saindo tão bem em sua busca.
O rapaz ergueu uma sobrancelha, como se estranhasse o fato de estar falando com ele.
- Procurando por algo para você comer.- Respondeu, dirigindo-se a geladeira.
Justin pegou comida congelada, uma lasanha de quatro queijo para fazer no microondas. Revirei os olhos, pegando o pacote de suas mãos e o devolvendo a geladeira.
- Como se importasse com isso.- Reclamei, pegando uma panela e um pacote de macarrão.
O garoto encostou-se na bancada, cruzando os braços.
- Me importa. Seu bem estar me faz mais forte, lembre-se que me alimento de você.- Respondeu, encolhendo os ombros.
Bufei, ligando o fogo. Peguei um pacote de molho de tomate, e alguns ingredientes para o molho da macarronada. Em seguida, separei queijo para colocar por cima. Era calórico, mais ainda sim, era meu prato favorito. Deixei o macarrão fervendo, tentando ignorar o fato de que ele estava me olhando, mexia-o com o garfo.
- Isso está com um cheio...suportável.- Ele abriu um sorriso cínico em seus lábios, dando alguns passos para o fogão.
Ergui uma sobrancelha, evitando olhá-lo.
- Pare com essa repugnância com a comida humana. Se nunca provou, não comente.- Respondi, grossa.
Ele soltou uma risada baixa, divertindo-se com minha irritação.
- Isso que me atrai em você, diferente das outras garotas, não liga para que os outros pensam. Mesmo que estivesse argumentando com uma ser que pode ter matar á qualquer momento.- Notei a ameaça evidente em suas palavras.
- Foi uma ameaça?- Perguntei, num tom debochado.
- Seja como for, você não é uma humana entediante como as outras.- Me perguntei se era um elogio, decidi deixar para lá.
Comecei a fazer o molho, colocando pouco tempero para que o cheiro não ficasse muito enjoativo. Após o macarrão ferver, separei duas porções nos pratos, colocando o molho em seguida. O queijo ralado completou o prato, derretendo com a temperatura da comida. Seria o desafio dele comer aquela comida humana, á menos que fosse um demônio medroso. Justin estranhou meus movimentos, franzindo as sobrancelhas enquanto levava dois pratos para a mesa.
Sentei na ponta, pegando os garfos de prata e os colocando sobre a mesa. Justin me seguiu mas não se sentou.
- Então, servido?- Perguntei á ele, abrindo um sorriso divertido em meus lábios. Mesmo que não tivesse motivos suficientes para isso, queria obrigá-lo a provar á ser um humano, quem sabe salvaria a humanidade que ainda lhe resta. Mas ele...Não era um humano.
Balancei a cabeça negativamente, voltando ao que acontecia ali. Desconfiado, ele se sentou em frente ao prato de macarronada.
- Ah, desculpe! Vou pegar um suco para nós.- Disse á ele, levantando da mesa no mesmo momento.
Disparei para a geladeira, pegando um suco de laranja de caixa. Era gostoso, e teria que me virar com ele. Era um almoço simples, que tanto gostava. Me lembro de minha mãe fazendo o prato para mim, era tão maravilhoso nós sentarmos á mesa para digerir uma alimentação tão simples. De momentos assim que me faziam sentir saudades daqueles anos de felicidade, me pergunta quando iríamos nos juntar de novo. Desse jeito, seria logo.
Justin encara o prato, demonstrando desprezo. Ele franzia o nariz ao sentir o cheiro. Tentei não me sentir magoada com isso, levando o suco para ele. Justin me encarou, como: ''Que porra é essa?''. Desviei o olhar, servindo o suco em nossos copos. Voltei a me sentar em minha cadeira, olhando para ele.
- Coma.- Mandei, dando de ombros.
- Como é?- Perguntou, irritado.
Meus pelos se arrepiaram, era como se me dissessem para parar de azucriná-lo, assim como minha consciência. Mas sabia que ele não me mataria, não agora.
- Duvido que consiga comer, isso porque você é fraco.- Irritei-o, deixando bem claro que era uma brincadeira.
- Emily, se fosse você...- Avisou ele, apertando o garfo com força, como se fosse amassá-lo, e não duvidava que podia.
- Coma.- Insisti, abrindo um sorriso perverso em meus lábios.
Ele revirou os olhos, pegando o garfo com mais delicadeza. Em seguida, olhou para a comida e deu sua primeira garfada nesta.Senti minha boca se abrir por um momento, perplexa. A última coisa que pensava que ele faria por mim, era ceder aos meus caprichos. E aqui estava eu, fraternizando com o inimigo. Era tudo por tio Sam, até agora. Perguntei-me o quanto teria que esperar, até que ela realmente chegasse.
- Quando pretende?- Eu e minha boca aberta. Minha voz era rude e sem emoção.
- Pretende o que?- Perguntou, irritado.
Revirei os olhos, comprimindo meus lábios. Justin segurava seus talheres com força, como se estivesse cansado de meus ''joguinhos''.
- Minha morte, quando pretende!?- Respondi, entre dentes.
- Se preferir, agora mesmo.- Murmurou, agora, sua voz era mais grossa, como um grunhido.
E avançou em minha direção.
Bruna.
Lindas, eu sei que demorei para postar. Infelizmente, as aulas começaram de vez e estou cada vez mais ocupada. Nem é isso, estou entrando no pc muito pouco, nem é por não ter realmente tempo, mas estou cansando. Entro para escrever, ler, não tenho mais motivos para mais nada. Bem, espero que gostem desse capítulo, e que não esteja tão lixoso para vocês.
Sarah, sua linda. Obrigada mesmo por estar acompanhando, tentarei postar com mais frequência. 2bj.
As vezes eu não sei porque eu fico com raiva do Justin u_u mas não faz sentido eu ficar com raiva dele DD: enfim... perfeeeito *u* continua.
ResponderExcluirObrigada você por estar postando *u*