terça-feira, 3 de julho de 2012

Capítulo 37 Grávida? Não mesmo!

– Ele foi acusado de assassinato, não foi? - Perguntei e Chris assentiu. - Quem é a vítima?
– Martin Butler, pai de Ryan. - Christian disse.
Como é?
Martin Butler?
Pai de Ryan?
Como isso é possível?
– Como assim "pai de Ryan"? - Perguntei totalmente chocada.
– Nós acabamos descobrindo que aquele maldito que o Justin matou há alguns anos, era pai de Ryan. - Christian me disse e eu ainda não conseguia acreditar, cara, como esse mundo é pequeno.
– Como esse mundo é pequeno. - Verbalizei meus pensamentos ainda meio abestalhada pela descoberta.
– Pois é e agora que Justin já sabe ele está louco pra sair de lá logo. - Chris disse.
– Por que? - Perguntei ainda sem entender, tudo bem que é meio obvio que alguém queira sair da prisão, mas ele disse que Justin queria isso logo por ter descoberto a verdade, eu ainda precisava entender.
– Eu não devia dizer, mas você precisa ficar alerta e eu te imploro que não conte nada a Justin. - Christian disse sério e eu assenti.
– Não se preocupe quanto a isso, eu prometo não contar nada. - Prometi cruzando os dedos e ele assentiu.
– Bem, Ryan foi visitar Justin na cadeia, um pouco antes de Corey aparecer por lá e ele disse que você atrapalhou todos os planos dele porque Ryan pretendia conquistar cada vez mais a confiança de Justin e enfim ele poderia se vingar de um modo horrível, mas agora ele sabe o quanto você é importante pra Justin e prometeu que tiraria tudo o que Justin mais gostava, inclusive Harry, Jeremy e os irmãos de Justin. Ryan também quer se vingar de você por ter sido chutado da casa e, por sua causa, não ter conseguido ir com o plano dele até o fim. - Christian concluiu e eu o encarei apreensiva.
– O Harry não, ele é só uma criança, o Ryan tem irmãos e ele deveria saber o quão ruim seria tirar os irmãos e o filho de Justin. - Eu disse esfregando as mãos na perna.
– Eu não sei você percebeu, mas logo logo Ryan também vai ter um filho, a Camila está meio larga e eu tenho certeza de que aquilo não é gordura. - Christian disse com um sorriso estranho, como se ele soubesse de algo.
– O que você está pensando? - Perguntei e ele me encarou presunçoso.
– Não é nada que você deva saber. - Christian acaricicou minha perna e se levantou me seguida. - Eu só peço que tome cuidado e fique atenta a qualquer barulho na casa ou coisa do tipo.
Assenti vendo Christian se afastar, mas antes que ele cruzasse a porta o chamei.
– Chris. - O garoto se virou para me olhar e eu respirei fundo. - Eu quero ver o Justin.
– Agora? - Christian perguntou com os olhos arregalados.
– O mais rápido possível. - Respondi e ele suspirou se aproximando um pouco.
– Acho que nós podemos ir lá amanhã a tarde, aí eu aproveito e visito os poucos caras que se arriscaram e também estão presos. - Christian disse pensativo.
– Não podemos dar um jeito de tirá-los de lá logo, sei lá, nós poderiamos iniciar um incêndio ou invadir o pátio de helicóptero enquanto eles estivessem tomando banho de sol, ou subornar alguém pra facilitar a liberação dele, sei lá, alguma coisa. - Eu disse agoniada por lembrar que Justin estava na cadeia e eu não tinha previsão nenhuma de quando ele iria sair.
– O nome dele continuaria sujo e ele seria caçado, nós não podemos arriscar que a polícia descubra nosso esquema, você sabe, o tráfico, os assassinatos, entre outras ilegalidades. - Christian disse e eu assenti concordando.
– Mas e se Ryan nos dedurar? - Perguntei.
– Ele não seria tão otário a esse ponto, quer dizer, ele participou da maioria das coisas que fizemos e agora ele tem seu próprio lugar pra fazer coisas fora da lei, estamos todos no mesmo barco e se um afundar, todos vamos juntos. - Christian disse dando um sorriso de lado e acenando pra mim enquanto saía do quarto fechando a porta.
Suspirei triste.
Eu não poderia imaginar que já sentiria falta dele em tão pouco tempo, quero dizer, eu senti saudades quando saí de casa, mas eu sabia que ele estava bem e agora eu sei que Justin pode estar sendo maltratado, apanhando ou sei lá mais o quê a maioria dos policiais e os próprios colegas de cela fazem com os que chegam.
Eu sabia que ele estava desconfortável sobre um colchão fino e um travesseiro feito com espuma de péssima qualidade, eu sabia que aonde ele estava era frio e tinham insetos por todos os lados ou pelo menos era assim que os filmes que eu assistia relatavam a cadeia.
Eu também sabia que essa noite seria perdida pra mim, eu não iria dormir, não mesmo e assim seria até que Justin estivesse aqui do meu lado ou pelo menos fora daquela prisão de metal.
Levantei da cama vendo Harry se remexer, eu precisava lavar o rosto e beber um pouco de água pra ver se aquele peso que estava sobre meus ombros saía. Fui até a suíte do meu quarto e abri o chuveiro colocando apenas a cabeça em baixo d'água, eu não me importei se a noite estava fria ou se eu ficaria resfriada por andar por aí com o cabelo molhado, eu não me importava com nada que não fosse Justin.
Desci as escadas até a sala, estava tudo vazio e escuro, exceto pela luz da sala de jantar que permanecia acesa. Andei até lá sem fazer barulho e comecei a ouvir vozes masculinas, logo eu cheguei perto da porta de vidro que estava aberta e me escondi na escuridão, encostada nas cortinas que adornavam a entrada para a sala de jantar de onde eu podia ver todos eles sem ser notada.
 Nollan está lá mesmo?– Kenny disse exasperado enquanto se levantava nervoso.
 É, nós temos que fazer alguma coisa, pode ser perigoso para Justin e o resto dos homens. - Corey disse preocupado.
 Mas Justin e os caras já foram transferidos para a penitenciária? – Larry perguntou.
 Ainda não, eles vão pra lá amanhã à noite, por isso Christian vai levar Jessica à tarde, Justin não quer que ela saiba que ele vai para a penitenciária logo.– Corey disse e eu neguei sentindo vontade de chorar de raiva e desespero.
 Ele vai tentar matar, Justin, eu sei que vai.– Kenny disse ainda em pé enquanto andava de um lado para o outro.
Deixei escapar um grunhido de susto e os rapazes ficaram quietos.
– Vocês ouviram isso? - Chris perguntou e eu vi Kenny tirar a arma da calça.
Todos ficaram olhando para a porta como se esperassem que alguém entrasse ali.
Me espremi pelo canto e fui até o sofá, me senti e depois levantei como se estivesse apenas passando por ali, andei até a porta da sala de jantar e Kenny atirou contra mim.
– Por que fez isso? Você é louco? - Perguntei assustada, foi por pouco.
– Por que não disse que estava vindo? Eu não teria atirado se soubesse. - Ele disse travando a arma e a guardando.
– Você está bem? Parece preocupado. - Eu disse tentando arrancar algo dele.
Kenny olhou para os rapazes e depois se voltou pra mim enquanto abria e fechava a boca, mas nenhuma som era ouvido.
– Ah, você sabe, eu estou... Pensando em algum bom advogado pra tirar Justin da cadeia. - Ele disse e eu assenti.
– Você mente muito mal. - Comentei e ele me olhou desconfiado.
– Do que você está falando? - Perguntou Christian e eu revirei os olhos.
– Eu ouvi vocês conversando. Quem é Nollan? - Falei diretamente e eles se entreolharam. Odeio quando fazem isso.
– Isso não é assunto pra você. - Christian disse e eu ri sem humor.
– "Não é assunto pra você." - Eu disse com uma voz grossa e mongol. - Estou cansada disso, eu não posso saber de nada do que vocês falam nessa casa. Que putaria é essa? Por que eu nunca posso saber de nada? Vocês não sabem o quanto isso me irrita, eu tenho vontade de matar... - Parei de gritar e respirei fundo sentindo tudo rodar.
– Jessica fique calma. - Christian disse chegando perto de mim e me ajudando a sentar.
– Christian, eu... - Eu disse fechando os olhos e agarrando o braço dele.
– Vamos, eu vou te levar pro quarto, você não está muito bem. - Christian disse me pegando no colo.
Fechei os olhos relxando o corpo nos braços dele e logo senti meu corpo sendo deixado sobre uma superfície. Christian me cobriu até embaixo dos seios e sentou na cama.
– Hey Jessica, acorde. - Ele sacudiu meu braço e eu abri os olhos de um jeito preguiçoso.
Me esforçei para esguer meu corpo e fiquei meio encostada na cabeceira, Christian se ajoelhou ao meu lado e franziu a testa.
– Você precisa ir à um médico. - Eler comentou e eu neguei com a cabeça.
– Não preciso, não. - Eu disse e ele estalou a língua.
– É lógico que precisa e amanhã mesmo eu vou mandar alguém te levar. - Ele disse se levantando.
– Mas amanhã eu vou ver o Justin. - Eu disse.
– Eu sei, você vai ao médico pela manhã e à tarde você pode ir ver Justin. - Christian disse fazendo menção de sair.
– Espera, eu quero falar com você. - O chamei e ele voltou suspirando vencido.
– Fale.
– Quem é Nollan e por que ele mataria Justin? - Perguntei preocupada de verdade.
– Olhe Jessica, isso... - Ele começou, mas eu não o deixei terminar.
– Nem adianta dizer que não é assunto pra mim porque eu quero e preciso saber o que está acontecendo. - Eu disse séria e começando a me irritar de novo.
– Tudo bem, agora fique quieta. - Christian estendeu a mão para que eu ficasse calma e suspirou, colocando uma mão na cintura. - Nollan é primo de Justin...
– Primo? Isso é bom, quer dizer, pelo menos deveria ser, eles são parentes e Nollan deveria proteger a família, cara, não tem porque querer matar Justin. - Eu disse e Christian bufou.
– Dá pra ficar quieta e só me ouvir? Cara, agora eu entendo Justin, ele sempre fala o quanto você irrita ele fazendo essas coisas. - Christian disse bravo e eu revirei os olhos.
– Tá, eu vou ficar quieta, agora me conte o porquê de Nollan querer matar o Justin. - Eu disse me ajeitando na cama.
– Nollan e Justin nunca foram amigos, apesar de terem mesmo sangue, na verdade ele sempre se odiaram e um tentava ser melhor que o outro, então Justin construiu esse império e Nollan pediu pra se juntar a ele, mas nada feito, Justin disse que não e Nollan, com raiva, tentou atacar a casa, mas não conseguiu e alguns dias depois ele foi preso por tráfico de mulheres. É isso aí. - Ele disse de um jeito meio confuso no final.
– Então você quer dizer que Nollan quer matar Justin porque...? - Deixei a pergunta no ar porque eu ainda não tinha entendido. É, eu ainda estava meio lenta.
– Acho que essa tinta loira penetrou o seu crânio e destruiu seus neorônios porque você está bem tapadinha. - Ele disse e eu abri a boca me sentindo ofendida. - Foi mal, mas saiu. - Christian se desculpou retorcendo o rosto em uma careta.
– Esqueçe, só me responda a pergunta. - Eu disse respirando fundo, me sentindo repentinamente cansada demais.
– Nollan quer matar Justin porque eles se odeiam. - Christian disse simples. Qual é, isso eu já sabia!
– Óbvio. - Eu disse meio que cantando e Chris revirou os olhos.
– Eu vou descer agora, qualquer coisa que acontecer, se você se sentir mal ou, sei lá, qualquer coisa mesmo, você só precisa pegar o celular e ligar lá embaixo e eu venho correndo. - Ele disse e eu assenti.
– Não seria mais fácil gritar? - Perguntei bem-humorada ele riu negando.
– Você que sabe. - Chris deu de ombros e acenou, saindo do quarto.
Suspirei fechando o sorriso e me virando na cama, seria uma noite longa, é seria mesmo.
...
Acordei com Harry em cima de mim, ele mordia minha bochecha, boca e queixo, me deixando toda babada. Dei uma risada me levantando e o peguei no colo.
– Bom dia H! Acordou cedo, não é? - Eu disse com a famosa voz de bebê e dei uma olhada rápida no relógio de cabeceira que marcava 07:12 da manhã. - O que você acha de um banho dado pela sua mãe lindona?
– Mãe. - Harry repetiu sorrindo com seus poucos dentinhos na frente.
Me levantei da cama com ele no colo e o levei para o banheiro onde tirei nossas roupas e me enrolei em uma toalha porque eu iria tomar banho com Harry. Qual é, ele era só um bebê, não iria ter problema.
Abri a torneira da banheira e deixei encher enquanto eu limpava a baba de Harry do meu rosto e brincava com ele, fazendo cócegas e coisas que o fizessem rir. Logo a banheira encheu e nós entramos, Harry lutava pra pegar meus cabelos, ele parecia enlouquecido pela espuma que havia ficado presa ali, mas ficou quieto quando viu meus seios saírem de baixo d'água.
– Não pode, meu amor. - Eu disse quando ele tentou agarrar meus seios.
Tudo bem, eu sei que ele era só um bebê e não tinha maldade, mas eu não iria me sentir bem tendo as mãozinhas dele ali.
Harry começou a chorar e se debater e então eu entendi o que estava acontecendo, ele deveria estar com fome e provavelmente a verdadeira mãe dele o amamentava, então quando ele me viu sem roupa achou que eu também fosse dar mama.
Tratei de terminar o nosso banho rápido, o que não foi fácil já que Harry não colaborava de jeito nenhum, me enrolei em uma toalha e o levei pro quarto ainda chorando, o enxuguei e vesti uma roupa nele, então dei um controle remoto que estava jogado no criado-mudo para que ele brincasse enquanto eu me vestia.
Tudo pronto eu desci com Harry, que havia começado a chorar de novo, no braço e fui até a cozinha onde Lindsay estava, como sempre.
– Dá pra alimentar ele? Eu tenho que ir ao médico e depois vou visitar Justin. - Avisei e ela assentiu sorrindo.
– Claro. Mas, você está bem? - Ele pegou Harry.
– Estou sim, são só as tonturas. Christian insistiu para que eu fosse me consultar. - Eu disse ajeitando a bolsa no ombro.
– Boa consulta, então. - Ela sorriu e depois se virou para o bebê em seu colo. - O que você quer comer, garotão? Que tal um pouco de frutas e iogurte?
Dei um beijo na testa de Harry e acenei para Lindsay, saindo da cozinha. Vi ao longe Christian no portão com os caras e andei até eles com a maior pressa.
– Quem vai me levar ao médico? - Perguntei e ele apontou para alguém atrás de mim.
– O Corey vai falar com o primo dele na delegacia mais tarde, então vocês vão ao médico, depois vão sair pra almoçar e aí você vai ver Justin. - Christian disse olhando Corey entrar no carro.
– Eu preferia que você me levasse. - Comentei desanimada.
– Todos me querem por perto, é inevitável. - Christian disse me abraçando de lado pelos ombros, com a voz carregada de convencimento.
Assenti ironicamente enquanto ria vendo Corey se aproximar com o carro.
– Vamos, madame? - Corey disse brincalhão e eu saí do abraço desajeitado de Christian, entrando no banco de passageiro do carro.
Corey dirigiu feito um louco até o hospital, eu estava meio assustada com aquilo porque ele dirigia como se eu estivesse com as tripas caindo ou tendo um infarte, era muita velocidade.
– Nunca mais faça isso. - Eu disse tirando o cinto de segurança e sentindo um arrepio seguido por uma ânsia de vômito.
– Christian me disse pra ser rápido. - Corey justificou e eu abri a porta do carro, louca pra respirar o ar fresco e poluído da Califórnia.
– Você marcou horário? - Perguntei a Corey que me olhou de lado enquanto acionava o alarme do carro e caminha ao meu lado.
– Não, Christian disse pra procurar por Savannah Futzor e dizer que você é a esposa de Justin que ela vai te atender rapidinho. - Corey disse e eu ri negando.
Esposa.
Como se isso fosse possível.
Eu só sou uma sortuda que está durando com Justin, como ele mesmo disse, eu sou o recorde dele.
– Futzor? Que tipo de sobrenome é Futzor? - Perguntei rindo.
– Deve ser russo, sei lá. - Corey disse rindo comigo.
Entramos na clínica e chegamos até a sala de espera.
– Fique aqui que eu já volto. - Corey disse indo na direção da recepção.
Algum tempo depois ele voltou com uma mulher ruiva que sorria ao seu lado.
– Você é a senhora Bieber? - Ela perguntou e eu assenti meio incomodada. - Bem, e onde Justin está?
Troquei um olhar com Corey e ele negou levemente com a cabeça, então entendi que eu deveria mentir.
– Ahn, ele está... Viajando. - Eu disse e sorri satisfeita com o que eu consegui inventar.
– Ah que pena, seria uma prazer rever ele. - Ela sorriu gentil.
– Ele acharia a mesma coisa. - Eu disse e ela assentiu.
– Mas venha, me acompanhe, eu vou te examinar. - Ela abriu espaço e eu passei em sua frente.
Chegamos até seu consultório e ela me pediu pra sentar, Corey ficou me esperando do lado de fora, assim eu teria mais privacidade e me sentiria mais à vontade.
– Bem, o que você está sentindo? - Ela perguntou me olhando atenta.
– Às vezes eu fico enjoada e sempre que me emociono demais eu sinto tonturas, minha visão escurece como se eu estivesse tendo uma vertigem e ontem eu me emocionei com um filme e desmaiei. - Eu disse inventando a última parte porque eu não diria que tudo aconteceu porque eu não consegui impedir que uma garotinha ficasse orfã.
– Que filme é esse? - Ela perguntou rindo casualmente.
– Não lembro o nome, era um com Denzel Washington. - Eu disse sorrindo falsa.
E mais mentiras surgem. Tsc Tsc Tsc.
– Seu ciclo menstrual está normal? - Ela perguntou e eu tentei me lembrar qual foi a última vez que usei um absorvente.
– Acho que não, não me lembro da última vez que precisei usar absorvente. - Eu disse e ela assentiu.
– E qual foi a última vez que você teve relações sexuais? - Ela perguntou.
– Há dois dias, eu acho. - Eu disse pensativa.
– Bem, eu vou pedir alguns exames para ter certeza, mas de acordo com os sintomas e o atraso menstrual, existem grandes possibilidades de você estar grávida.
Engasguei com a própria saliva.
Grávida?
Não mesmo!

O que estao achando?



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