quinta-feira, 5 de julho de 2012

Capítulo 40 Penitenciária - Parte Final | Corpo estranho

– Obrigado mesmo, irmão, eu iria ser assassinado por aquele cara! - Ele disse aliviado por ter se livrado de tudo.
– Não se preocupe, agora tire a roupa e fique de quatro. - Eu disse abrindo os botões do fardamento de preso.
Taylor me olhou assustado e eu continuei sério.
– Você não pode estar falando sério. - Ele disse.
– O que é? Eu não posto gostar de fuder um cara? - Eu disse ainda sério e ele me olhou com aquela cara hilária de choro.
– Justin...
– Eu estou brincando cara, nem que me pagassem eu encostaria em um homem. - Eu disse rindo e me deitando na cama dele que me sorriu aliviado.
Ficamos conversando por um tempo até que nos mandaram sair para o banho de sol, maldito banho de sol.
Saimos em fila com alguns cáceros enquanto outros voltavam para as celas. Taylor ficou à minha frente porque disse que estava com medo de ser cutucado pelos caras, mas não adiantou porque o cara da frente ficou de gracinha com ele até estarmos na área aberta.
– Droga Justin, seu primo está vindo pra cá. - Taylor disse se aproximando mais de mim, visivelmente assustado.
– Relaxe Taylor, não demonstre medo. - Eu o lembrei e ele assentiu respirando fundo e fingindo estar despreocupado.
– Está pronto, primo? - Nolan disse quando estava a alguns passos de mim e eu sorri de lado.
– Eu já nasci pronto.
– Então vem. - Ele chamou.
– É a mesma distância. Por que você não vem até mim? - Perguntei ainda sorrindo sínico.
– É isso? Essa é a desculpa que você vai usar pra fugir? - Ele perguntou sarcástico.
– Eu estou procurando por desafios de verdade e você não está nem perto disso. - Retruquei.
– Vamos ver, Drew. - Ele sorriu vindo pra cima de mim e se jogando.
Nós dois caímos no chão e ele começou a socar meu rosto, apesar de demorar um pouco por causa do ombro doído, eu consegui girar e ficar por cima o golpeando.
– Levante. Eu não sou covarde pra bater em alguém caído. - Eu disse depois de ter dado alguns socos nele.
Nolan levantou e passou a mão pelo cabelo vindo pra cima de mim em seguida, dei-lhe um soco no estômago e recebi um no rosto, meu nariz deveria estar sangrando porque eu sentia algo saindo dele, mas não me importei, eu só queria acabar com aquele maldito.
Segurei sua camisa e ele apertou meu ombro, gritei de dor e usei o impulso pra lhe dar uma rasteira, jogando meu peso sobre ele, dei-lhe e um soco no rosto, eu ouvia alguns gritos dos prisioneiros e Taylor falava o meu nome me pedindo pra ter cuidado, mas eu só entendi o que ele queria dizer quando dois braços me puxaram de cima de Nolan, me fazendo gritar pelo dor no braço.
– Hey, o que é isso? - Perguntei vendo Nolan se levantar do chão cambaleante, mas com um sorriso perverso no rosto.
– Achou mesmo que eu iria jogar limpo, Bieber? - Ele perguntou rindo no final.
– Você não é homem suficiente pra brigar comigo? Por que chamar esses caras? - Perguntei visivelmente indignado.
– Você fala demais. - Nolan disse se apoiando em uma mesa e pegando algo. - Acho que o único jeito de te fazer calar essa maldita boca é te tirar de campo.
Então ele sorriu mais uma vez e correu na minha direção de abraçando com força.
Senti um impacto na minha barriga, como um soco, mas em seguida eu segui algo me invadir e apesar de ser um pouco, aquilo doía. Nolan moveu o braço e algo se mexeu dentro de mim, aquilo doeu pra caralho e eu começei a me sentir meio aéreo, como se estivesse perdendo os sentidos.
– Estúpido. - Nolan sussurrou em meu ouvido e tirou aquilo de mim.
Foi ai que eu senti um vazio e vi ele segurando uma faca, estava muito esanguentada, assim como a mão dele. Imediatamente tentei colocau a mão na barriga, mas os caras não soltaram meu braço, a dor era horrível, agora meu ombro e minha barriga doíam e eu estava a beira da loucura.
– Me solta... Droga! - Gritei sentindo o corte latejar cada vez mais, era como se algo estivesse saindo de dentro de mim.
Nolan só me olhava divertido e então fez um sinal com a mão, os caras me soltaram e eu caí no chão sentindo tudo ficar cada vez mais distante.
Meu primo maldito, se abaixou ficando quase com o rosto colado no meu e sorriu de um jeito psicopata.
– Não se preocupe, eu estarei no seu funeral. - E então ele me beijou e apesar de não ter passado de um selinho, eu me senti enojado.
Nolan se levantou sério e saiu do meu campo de visão, eu ainda estava gemendo quando senti uma pontada forte nas costas e a última coisa que eu ouvi foi "Não chute ele, não foi o suficiente quase o abrir no meio?"
...
Jessica's POV
– Jessica, Jessica, sobe aqui. - Alguém gritou lá em cima, provavelmente Kenny que havia passado muito tempo no escritório de Justin, tentando contato com o melhor advogado da Califórnia.
Coloquei Harry sentado no chão da sala e subi correndo. Entrei no escritório e vi Kenny falando no celular enquanto pegava algo dentro das gavetas com muita pressa.
– O que foi? - Perguntei e ele me olhou.
– Toma, fale aqui no celular enquanto eu procuro as chaves do carro. - Ele disse me jogando o celular e rodando a sala feito um louco.
– A-alô? - Eu disse olhando pra Kenny.
– Onde o senhor Hamilton está? Eu estava falando com ele... - Um homem começou, mas eu o interrompi.
– Ele me mandou falar com o senhor, o que houve? - Perguntei.
– Bom, como eu estava dizendo, o senhor Bieber foi transferido para o hospital recomendado, o que significa que ele não está mais em nossa enfermaria e... - O interrompi mais uma vez.
– Hospital? O que aconteceu com o Justin? Ele tá bem? O que... O que houve? - Perguntei em sentindo levemente tonta.
– Vejo que o senhor Hamilton não lhe deu muitos detalhes da nossa conversa. - O homem comentou respirando fundo no final.
– Não, ele não me disse nada. O que houve com o Justin? - Perguntei mais uma vez, já sem paciência.
– Se acalme senhora, eu vou lhe contar tudo o que precisa saber. - Ele disse suspirando mais uma vez. - Bem, houve uma briga e o senhor Bieber foi golpeado por uma arma branca na barriga, um pouco acima do umbigo e um órgão dele foi atingido.
– Ai meu Deus! Em que hospital ele está? - Perguntei assim que Kenny começou a me puxar pelo braço.
– Eu sei onde ele está, vamos logo! - Kenny disse apressado.
Desliguei o celular na cara do homem e segui Kenny.
– Porra, por que Justin tem que ser tão... idiota! Ele poderia ter ficado calado, mas ele adora provocar. - Kenny dizia enquanto passávamos pela sala.
– Garotas, cuidem do Harry, eu tenho que sair. - Eu disse fechando a porta e correndo atrás de Kenny que já estava lá na frente.
Entramos no carro e Kenny avisou pelo rádio que era para abrirem os portões, enquanto isso eu rezava para que Justin estivesse bem.
O caminho até o hospital foi tenso, Kenny parecia um louco, quase como Larry dirigindo, o grandão desferia insultos contra Justin e eu simplesmente não me importava, ele tinha razão, Justin era um idiota, otário, vacilão, metido, orgulho e tudo mais, isso era incontestável.
– Vamos. - Kenny disse descendo do carro assim que chegamos no hospital.
Desci atrás dele e fomos até a recepção, Kenny começou a falar com a moça lá, mas ela parecia não dar atenção ao que ele dizia.
– Olha aqui, cadela, se você não desligar esse caralho de telefone eu vou ser obrigado a apagar você. - Kenny gritou chamando a atenção de boa parte das pessoas que ali estavam, inclusive a da mulher.
– Desculpa, senhor. O que dizia? - A mulher disse dando total atenção a Kenny.
– Eu quero saber como Justin Bieber está. - Ele disse e a mulher assentiu procurando algo no computador.
Alguns minutos depois ela se virou para nós e depois olhou para o computador, em seguida nos olhou de novo. Eu olhei para Kenny com a testa franzida e ele suspirou tentando se controlar.
– O que vocês são dele? - Ela perguntou e Kenny fechou o punho.
– Eu sou namorada dele e ele é um amigo, agora, por favor, nos diga como Justin está. - Eu disse tomando o a direção e esfregando o braço de Kenny para que ele ficasse calmo.
– Tudo bem e qual o seu nome? - Ela perguntou e eu ouvi Kenny bufar de novo.
– Jessica Marie Alba. - Eu respondi sentindo Kenny sair de perto de nós.
– Senhorita Alba, aonde seu namorado estava antes de vir pra cá? - Ela perguntou e eu lembrei que Justin já havia sido transferido para a penitenciária, eu só não sabia qual.
– Ahn... Ele estava... preso. - Eu disse ligeiramente envergonhada, porque vamos combinar, ninguém espera um dia dizer que seu parceiro é um presidiário.
– Ok, bem, ele está na UTI e vocês não podem vê-lo, mas se quiserem esperar mais alguma informação, vocês só precisam se sentar e... - Eu ouvi a moça dizer, mas do nada meus ouvidos foram tapados, eu não conseguia escutar nada e minha visão estava escura como quando tenho uma vertigem.
– Jessica, cui... - Uma voz grossa disse e antes que pudesse terminar a frase eu apaguei....
...
Barulhos curtos e insistentes tocavam como sinos em minha cabeça, eu tentei abrir os olhos, mas senti uma dor forte na cabeça e contorci o rosto respirando fundo, tentei abrir os olhos mais uma vez e assim que o fiz, a claridade do local fez meus olhos doerem, fechei os olhos de novo e o barulho ainda estava ali com a mesma insistência. Duas vozes masculinas ecoaram pelo quarto e eu levantei o braço para cobrir meu rosto e tentar enxergar algo, mas senti uma dor aguda, como se algo estivesse perfurando minha mão. Alguém segurou meu braço e disse para que eu ficasse quieta, pois estava tudo bem, mas eu sabia que não estava, quer dizer, eu estava bem e do nada eu apaguei, isso não é sinal de que minha saúde está perfeita, não mesmo.
Senti minha garganta seca e, com muito esforço, pigarreei, me remexendo e sendo segurada mais uma vez.
– Senhorita Alba? Está consciente? - Uma voz desconhecida perguntou.
– Sim. - Eu disse com dificuldade pela secura de minha garganta.
– Consegue abrir os olhos? - O homem perguntou e eu tentei os abri mais uma vez, dessa vez com sucesso, mas ainda me sentia incomodada com a luz em meu rosto.
– Ai, minha mão. - Reclamei vendo uma agulha presa a um tubo fino que levava até uma bolsa que eu logo reconheci ser soro. - O que... Por que isso está em mim?
– Você teve um desmaio súbito e nós achamos melhor te deixar em observação por algumas horas, o senhor Hamilton nos informou que isso vem acontecendo frequentemente e nós fizemos uns exames que denunciaram um corpo estranho em seu inteiror. - O homem disse e eu franzi a testa.
– Corpo estranho? - Perguntei confusa.
– Um bebê para ser mais exato. - Ele explicou.
– MAIS UM BEBÊ? - Kenny gritou.
– Por favor, senhor, fale baixo, nós estamos em um hospital. - O doutor o repreendeu.
– Mas doutor, eu... Eu não posso ter um bebê agora. - Eu disse meio perdida.
– É algo inevitável porque a criança já está aí. - O médico afirmou.
Deus, não é a hora para um filho, quero dizer, Justin não está bem e eu tenho o Harry pra cuidar, se eu estiver grávida não vou poder dar atenção à eles.
– Eu não posso tirar ele? - Perguntei e Kenny me olhou espantado.
– Tudo bem que bebês são insuportáveis, chatos, choram o tempo todo, mas você não pode tirar ele, isso é quase como uma assassinato, Justin nunca permitiria. - Kenny disse ainda espantado com minah idéia.
– Mas o Justin não está aqui agora, ele não precisa saber. - Eu disse.
– Desculpe, mas o bebê não lhe oferece risco algum, então é contra as leis do país fazermos o aborto. - O doutor me disse e eu bufei.
– Não adianta Jessica, eu não vou deixar você tirar essa criança, ela é filha do Justin também. - Kenny me disse e eu bufei mais uma vez.
– Eu não posso ter esse bebê. Será que ninguém entende? Eu tenho que cuidar do Justin e do Harry, não tenho como cuidar de mais uma criança! - Tentei explicar, mas Kenny estava irredutível.
– Você não vai tirar essa criança e essa é a minha última palavra. - Ele disse.
– Você não pode mandar em mim, Kenny. - Eu disse alterada.
– Na ausência de Justin, eu fico no comando e o meu comando é exatamante esse: NADA DE TIRAR O BEBÊ! - Kenny gritou e o médico já pedia para que nos alcamássemos.
– Por favor, senhor, nos dê licença, ela não pode ficar agitada, o corpo dela ainda não reconhece o feto como parte dela, então qualquer contrariedade pode fazê-la sentir-se mal. - O médico disse já colocando Kenny para fora.
– Obrigada, eu realmente preciso ficar sozinha. - Eu disse e o doutor assentiu se virando e abrindo uma gaveta.
– Você precisa descansar um pouco, ainda está nervosa e nós precisamos fazer mais alguns exames, mas para isso você tem que estar calma. - O cara se virou para mim e então eu pude ver que ele segurava uma seringa com um líquido transparente.
– Isso é mesmo necessário? - Perguntei ao vê-lo se aproximar.
– Sim, nós precisamos que fique totalmente quieta. - Ele disse e eu respirei fundo, logo sentindo a picada no braço.
– Quanto tempo eu tenho até isso me derrubar? - Perguntei assim que ele tirou a seringa de mim.
– Alguns segundos. - Ele disse e sorriu levemente.
Assenti e fechei os olhos, só esperando o bendito remédio fazer efeito e me levar a inconsciência.
O que estao achando?


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