– Você é bonita Jessica, eu adoro o jeito como você se espreguiça todas as manhãs na varanda do seu quarto. - Ele disse com a voz avoada.
– Você... Como? - Perguntei cada vez mais assustada e ele riu.
– Mande um beijo para o orfãozinho. Boa noite, vadia. - E então ele desligou.
Eu ainda estava estática. Como ele sabia sobre os bebês e o Harry? Como ele sabia que eu me espreguiçava na varanda pela manhã?
Ele estava por perto, disso eu tinha certeza.
Me levantei com dificuldade e senti mais uma pontada na barriga, as crianças pareciam sentir meu nervosismo e eles manifestavam isso através de chutes e mchidas bruscas, me causando dores fortes. Gemi me sentando novamente e recebendo um olhar preocupado de Harry.
– Dói? - O pequeno perguntou com dificuldade para pronunciar a palavra, mas ainda assim demonstrando sua preocupação ao tocar minha barriga e acariciá-la.
– Não, meu amor. - Respondi e ele sorriu enquanto ficava de pé no sofá e agarrava meu pescoço em um abraço gostoso.
– Isay disse papai vem logo. - Harry me disse deum jeito desajeitado enquanto passava as mãos em meu cabelo.
– Ele vem sim, querido. - Sorri abraçando sua cintura e dando-lhe um beijo na bochecha. - Você quer comer?
– Tacos! - Gritou abraçando meu pescoço com força.
Nesse meio tempo que passamos sozinhos, Harry havia aprendido a falar algumas palavras e formar frases. Christian, Lindsay e eu sempre estávamos o ensinando nome de objetos e assim como o ele não conseguia dizer o nome de Lindsay, ele também não conseguia chamar por Christian, então Chris sugeriu que ele o chamasse de tio para ficar mais fácil. O pequeno Harry havia ficado viciado em tacos desde que Christian o levou para comer em um restaurante mexicano enquanto eu fazia alguns exames, e vez ou outra, o garotinho implorava por mais daquela delícia latina.
Corey havia conseguido uma casa para nós em um bairro pequeno da Califórnia, de acordo com ele era um lugar calmo e seguro para nós. Larry Kenny e James tiraram alguns dólares de suas contas para pagar o meu parto cesário que seria feito em dois meses -o médico decidiu que eu teria os bebês um pouco antes, pois seria arriscado esperar os nove meses, já que os bebês poderiam nascer de um parto normal e isso comprometeria a vida de nós três-, dois berços para os gêmeos, uma cama para Harry e mais algumas coisas que precisaríamos para eles. O dinheiro também deu para contratar um caminhão que levaria o necessário para a nova casa, pois eu havia decidido vender as coisas caras e luxuosas parar guardar o dinheiro caso precisássemos e eu sei que iríamos.
Alguns dos rapazes ainda tinham dinheiro em suas contas, mas esse era deles e eu não poderia exigir ou aceitar, nós já tínhamos o suficiente para sobreviver durante alguns meses, isso já bastava.
Fiz uma rápida ligação e pedi alguns tacos para Harry e eu, em seguida pedi que Lindsay desse um banho nele e ainda pedi à Mary -uma das garotas da casa- que me ajudasse a subir as escadas, pois a dor ainda não tinha aliviado totalmente.
Alguns minutos se passaram e os tacos chegaram antes mesmo de Harry, desci as escadas e fui até a cozinha onde os tacos já haviam sido colocados sobre o balcão e três marmanjos babavam, loucos para comer.
– Hey, podem ir tirando os olhos porque isso é nosso. - Eu disse apontando para meu rosto e minha barriga.
– Qual é Jessie, tem muito aí e nós não estamos esbanjando dinheiro para comprar mais. - Kenny disse se sentando em uma cadeira.
– Eu estou brincando, mas vamos esperar por Harry porque ele também quer. - Eu disse pegando o grande balde cheio de tacos e me sentando em uma cadeira.
Christian e Corey repetiram meu ato, e logo Larry e George apareceram.
– Senti cheiro de queijo e... Tacos! - George gritou vindo em minha direção e eu abracei o balde como pude.
– Temos que esperar o Harry. - Christian disse fazendo careta e eu dei de ombros.
– Olha quem chegou! - Lindsay disse e logo senti dois bracinhos agarrarem minha perna.
– Kenny coloque ele sentando no balcão. - Eu pedi e Kenny assentiu.
Então começamos a comer e Larry parecia pensativo, ele encarava Harry e abaixava a cabeça franzindo a testa.
– Algum problema? - Perguntei.Larry me encarou e negou, mas não ficou calado.
– Harry não soa ameaçador. - Ele comentou e todos o encaramos. - Qual é! O garoto precisa ser pelo menos intimidador, se quiser ser como o pai.
– Justin também não soa ameaçador. - Comentei dando de ombros e eles me encararam. - As atitudes dele são, mas o nome não.
– Tudo bem, mas Harry não é nome, é apelido. - Christian disse.
– Eu sei, mas não tenho idéia de que nome colocar nele. - Eu disse.
– Que tal Vlademir? Esse foi o nome que a mãe dele escolheu. - Larry disse.
– Eu penso nisso depois, agora vamos terminar de comer. - Eu disse súbtamente me lembrando de Nolan.
– Mamãe, uhh... Papai vem demorando? - Harry perguntou com seu jeito de criança de falar e eu ri pelo nariz.
– Não sei, querido. Vamos esquecer isso, tudo bem? Apenas coma. - Eu disse e ele me encarou.
– Mas, uhh... Insay disse vai embora. - Ele comentou com seu frequente "uhh", do mesmo jeito que Justin fazia quando falava.
– Quem vai embora? - Perguntei à ele franzindo a testa e olhando para Lindsay de relance.
– Uhh... Eu e vocês. - Harry disse apontando para minha barriga.
– Mary? - Chamei a garota que estava atrás de Lindsay e ela veio para perto de mim. - Leve Harry para o quarto, está na hora de dormir.
– Não mamãe, eu quero tacos! Porra. - Harry disse fazendo bico.
– Eu já te disse para não falar palavrão, Harry! - O adverti e ele me olhou com cara de choro.
– Quero ficar. - Ele insistiu.
– Pode levar, Mary. - Continuei e ela o pegou no colo enquanto ele chorava e se debatia.
Encarei Lindsay que estava encolhida no canto e suspirei.
– Por que contou a ele? - Perguntei.
– Me desculpe, eu estava conversando com Bianca, não imaginei que ele estivesse prestando atenção. - Ela disse de cabeça baixa.
– Então você vai embora? - Kenny perguntou.
– Não, eu... Esqueça isso, eu vou fazer o que for preciso, entendeu? - Falei e ele fez sinal de redenção, se calando.
– Eu preciso falar com vocês, rapazes. Lindsay, por favor, vá ver como Harry está. - Falei tentando mantê-la longe de nós e ela assentiu saindo.
– O que foi? - Christian perguntou.
– Nolan me ligou. - Contei.
– Hã? Como ele... Deus, ele não poderia saber sobre você. - Corey disse se levantando.
– Droga Jessica, ele vai tentar algo contra você, eu sei que vai. - Christian disse.
– Ele faria tudo pra ver Justin se ferrar. - George disse.
– Ele falou sobre os gêmeos, Harry e sobre eu me espreguiçar na varanda da casa pela manhã. - Falei.
– Ele está fora? Como assim? - Larry perguntou.
– Acho que sim. Ele também comentou sobre Justin estar demorando para morrer. - Acrescentei.
– Que horas ele ligou? - Kenny perguntou.
– Hás uns quarenta minutos, eu acho. - Respondi.
– Merda! - Corey disse enquanto saía correndo com Larry e Kenny.
– O que... Pra onde eles vão? - Perguntei.
– Você não tem idéia mesmo. - Christian disse.
– Fala, Chris! - Disse sem paciência.
– Pro hospital. Nolan pode tentar entrar lá e terminar o serviço. - George me explicou.
– Mas o James não está lá com o Tommy? - Perguntei começando a me preocupar.
– Ele não vai estar sozinho. - Chris disse.
– Oh senhor! - Eu disse.- George, mande Robert ficar de olho na porta dos fundos e você vigia a porta da frente, qualquer coisa pode meter bala. - Christian disse me ajudando a levantar.
– Tá. - E George saiu correndo para fora, onde Robert estava.
– Vamos para o quarto de Justin, lá é mais seguro. - Christian disse me guiando até lá.
Sentei-me na cama e respirei fundo enquanto via Christian sair correndo do quarto. Era bom estar ali, o cheiro de Justin já não podia ser sentido, mas tudo estava arrumado do jeito que ele mesmo deixou e isso me fazia sentir mais perto dele.
Comecei a orar internamente e em logo Christian voltou com Lindsay, Harry e Mary. A porta foi trancada e Harry veio para perto de mim, Christian sentou-se em uma cadeira que ficava na escrivaninha e as garotas se sentaram nos pés da cama.
– Eu sei que vocês não acreditam nisso, mas vamos orar, por favor. Vamos pedir para que Deus guarde Justin e os outros, vamos pedir para que tudo isso acabe e nós possamos ser felizes. - Eu sentia lágrimas em meu rosto, estava incrivelmente emocionada, mas eu sentia algo bom, como uma nova fé, uma nova esperança.
Todos se entreolharam e Chris se aproximou pegando a mão de Mary e a minha, formamos um círuclo meio deformado e curvamos nossas cabeças, cada um orando dentro de si, em silêncio.
...
Mais dois dias se passaram e eu resolvi ir visitar Justin. Coloquei um vestido soltinho, agora eu só vestia roupa desse tipo, pois era mais confortável, arrumei o cabelo, fiz um lanche rápido e me despedi de Harry que estava na sala com Lindsay. Christian me levaria até o hospital onde Kenny e Larry ainda faziam a guarda de Justin, pois Corey, James e Tommy, haviam voltado para casa.
O caminho foi agradável, Christian ficou palpitando sobre o nome de Harry e eu só ria do péssimo gosto dele. Chegamos ao hospital e eu desci do carro sendo seguida por Christian, entramos e nos identificamos, cumprimentei os rapazes que lá estavam e recebi permissão para entrar no quarto de Justin.
Sentei-me em uma cadeira que já estava ao seu lado e lhe dei um beijo leve nos lábios tomando cuidado com a minha barriga enorme. Segurei a mão quente de Justin, ele não estava mais tão pálido ou gélido como nos primeiros dias de internação, agora ele estava mais corado e os aparelhos só eram colocados à noite, pois ninguém ficava ali pra fiscalizar.
– Oi Justin. - Sorri acariciando seu cabelo. - Você lembra do Harry? Ele está sentindo sua falta... Nosso garoto quer que você melhore logo, assim como eu quero.
Suspirei.
Eu realmente não sabia o que dizer, só queria conversar com Justin, tentar tirar dele um sinal que fosse.
– Você consegue me ouvir? Porque se você estiver entendendo o que eu falo e puder, mexa seus dedos ou abra os olhos, até mesmo uma respiração mais profunda. - Esperei por algo, mas ele permanecia quieto e com a respiração calma. - Eu queria que você estivesse aqui pra me acompanhar nas ultrassons dos nossos gêmeos, sabe, eu queria que você soubesse sobre eles, sobre nossos meninos.
Eu senti meus olhos marejarem ao ver o aparelho que marcava os batimentos de Justin, apitar um pouco mais rápido, era como se ele estivesse ali, consciente, mas não pudesse mostrar isso.
– Ai meu Deus, Justin! Você está me ouvindo? Meu amor, você ouviu o que eu disse? Eu estou grávida de seis meses e são dois garotinhos. Você me ouve? Me dê algum sinal. - Eu disse chorando enquanto balançava as mãos dele e ouvia o aparelho apitar cada vez mais rápido.
Me preocupei porque ele poderia enfartar, então tratei de fazer algo para que ele se acalmasse.
– Calma, Justin. Eu estou aqui e sei que você está me ouvindo, agora você precisa ficar relaxado, tudo bem? Por favor, se acalme. - Eu disse alisando seu peitoral com uma das mãos e acariciando seu cabelo com a outra.
Coloquei uma das mãos na boca para abafar meu choro, enquanto ainda acariciava o cabelo de Justin que em alguns segundos começou a se acalmar, seu ritmo cardíaco estava voltando ao normal e eu me senti aliviada.
– Querido, você consegue mexer algo? - Perguntei ainda acariciando-o.
O coração dele voltou a se agitar um pouco e gotas de lágrimas escorriam pelo canto de seus olhos, os globos oculares se moviam de um lado para o outro, mas ele não conseguia levantar as pálpebras.
– Shiii, tudo bem, fique calmo. Você conseguiu, eu vi seus olhos mexerem, ok? Agora eu tenho certeza de que você está aí. Não se preocupe, tudo vai ficar bem. - Eu disse alisando as costas de suas mãos...
Eu resolvi passar o dia com Justin, conversei com ele e vez ou outra algum enfermeiro entrava para ver como ele estava. Christian havia convencido a médica chefe a me deixar ficar ali até quando eu quisese e ele havia me levado algo para comer por algumas vezes também.
De madrugada, eu ainda estava sentada na cadeira e foi a única vez que soltei sua mãos e fiquei quieta, mas eu ainda matinha minha mão perto da sua, porém sem contato físico, e em alguns segundos senti meu perscoço pesar, apoiei minha cabeça em um espaço vazio da cama e acabei cochilando.
Não sei quanto tempo passou, mas me acordei depois de um tempo, eu estava assustada e só lembrei o motivo de meu despertar ao seus leves puxões eu meu cabelo. Levantei a cabeça e encontrei Justin com os olhos abertos e o rosto coberto por lágrimas, ele fechou os olhos ao me ver e chorou mais. Segurei sua mão e ele a apertou de leve, provavelmente estava fraco, mas eu ainda via ele tentar puxar minha mão para cima.
Acariciei seu rosto e ele me olhou com a testa franzida, os cantos de seus lábios ressecados levantaram, formando um sorriso murcho, mas ainda assim verdadeiro.
– Justin você... Deus, é um milagre! - Eu gritei e ele piscou os olhos rapidamente. - Você consegue dizer algo?
Justin não falou, apenas moveu a cabeça para os lados.
– Quer que eu tire isso do seu nariz? - Perguntei me referindo aos tubos e ele assentiu levemente.
Não me importei com para o quê aquilo servia, só puxei e em seguida o abracei forte, eu havia o beijado antes, mas ele estava desacordado e não lembraria de nada, mas agora ele estava consciente e eu precisava me afastar, mesmo que gradativamente.
– Je... - Ele tentou falar, mas logo sentiu o ar faltar e se calou, respirando fundo.
– Shiiii, não faça força, tudo bem? Descanse um pouco e amanhã você pode tentar falar algo. - Eu disse e sorri apertando o botão que chamava a enfermeira.
Alguns minutos depois a porta foi aberta e lá estava a mulher.
– Algum pro... - Ela se calou ao ver Justin com os olhos abertos, sua boca abria e fechava, mas ela não pronunciava nada.
– Chame algum médico e avise que ele acordou. - Eu disse e ela assentiu saindo.
Ri pelo nariz e vi Justin sorri com um pouco mais de força, era algo mais nítido.
Um médico veio e disse que já era algo a se esperar, perguntou se eu havia dito algo a ele e eu disse que contei sobre os gêmeos, então de acordo com o doutor, Justin reagiu à forte emoção da notícia e, como ele é um rapaz forte e saudável, seu corpo "acordou" e logo, logo ele estaria falando e movendo os membros.
O homem disse que ele precisaria fazer alguns exames e testes em Justin, então me pediu para ir pra casa com Christian, mas eu prometi a Justin que voltaria assim que o dia amanhecesse.
Saí do quarto andando devagar, mas com um sorriso quase rasgando o rosto, encontrei Christian conversando com uma mulher que parecia estar acompanhando algum paciente e sorri vendo meu amigo tentando tocar a coxa dela, sem sucesso.
Christian me percebeu ali e, para disfarçar o fora, ele pediu licença e veio até mim.
– Você está feliz e acordada? - Ele perguntou como se fosse algo incomum, e era.
– Justin acordou. - Falei de uma vez e ele arregalou os olhos.
– Não brinca. - Ele disse ainda duvidando, mas já sorrindo.
– Eu não estou brincando. - Eu disse e ele gritou uma frase e em seguida me abraçou, sempre cuidadoso com os "sobrinhos".
Christian segurou minha mão e me levou até perto da mulher, me ajudando em seguida a sentar.
– Glory, essa é a... - Ele começou, mas a mulher ficou de pé o interrompendo.
– Você tem uma mulher grávida e ainda teve a coragem de me cantar. - Ela disse indignada. - Seu idiota!
A mulher empurrou Christian e saiu.
– Espera, Glory! Ela não... Ah, esquece. - Christian desistiu de ir atrás dela.
Eu estava rindo pela cena e pela felicidade de saber que Justin estava acordado e aparentemente tinhaa dorado a notícia de ser pai de gêmos, mas Chris pareceu estar incomodado com minha risada.
– Isso não foi engraçado, ela estava totalmente na minha. Por que não falou nada? - Christian estava idignado e eu apenas dei de ombros.
– Vamos pra casa, eu preciso descansar porque daqui há algumas horas eu preciso voltar. - Disse e Chris assentiu me ajudando a levantar.
O que estao achando?
Awwwwwwwwwwn meu amor acordou \õõ/ ta muito foda cara *---*
ResponderExcluirowwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn que foda owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn
ResponderExcluirOMB acordooou! aai que foda manoo .. krl que fodaaa u.u
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