– Está preparado pra amanhã? - Perguntei mudando de assunto.
– Eu adoraria que você me sufocasse com o travesseiro até a morte, só pra não precisar acordar amanhã e encarar aqueles caras. - Taylor disse se jogando na cama e eu me levantei.
– Relaxe, cara, você pode até ser muito fodido amanhã, mas ninguém está tão fodido quanto eu. - Eu comentei me lembrando que Nolan estava lá e assim que soubessem da minha chegada eu seria um homem morto, ou quase isso.
– O que você quis dizer com isso? - Taylor perguntou se sentando novamente.
– Não tem importância, agora vá dormir porque amanhã você vai ter muito o que fazer. - Eu disse subindo até a minha cama e me deitando de qualquer jeito.
Não foi fácil dormir aquela noite, o lugar era escuro e estava muito frio, úmido e desconfortável. Mesmo demorando, eu consegui descansar um pouco e logo eu estava pronto para um dia cheio.
Levantei quando ouvi um barulho de algo duro batendo contra as grades da "jaula", logo ouvi policiais gritando, nos mandando levantar e nos chamando de viados, vagabundos, filhos da puta, entre outros "apelidos carinhosos".
Peguei minha outra farda de prisioneiro, a toalha e uma das duas cuecas que eu tinha, juntamente com um sabonete fedorento e uma escova de dentes nova.
Eu e Taylor fomos algemados e ficamos em fila no corredor, com os outros presos. Os guardas nos levaram à um lugar cheio de chuveiros e nos mandaram tirar a roupa e deixá-las em um lugar perto da porta de saída.
Bem, foi mais ou menos como estar no colegial outra vez, mas era algo muito mais bizarro porque uns três caras foram em cima de Taylor e eu preferi não ver o que aconteceria, se bem que acho que não aconteceu nada demais já que não ouvi gritos ou gemidos.
Durante o banho uns cinco caras passaram a mão em mim, mas um dos guardas os mandaram ficar longe e por isso ele virou, momentaneamente, meu herói, já que eu não poderia me defender de todos eles, provavelmente eu seria estrangulado se reclamasse.
Me vesti e senti falta de ter cabelo pra enxugar, mas era questão de tempo até ele crescer novamente. Todos fomos direcionados à um tipo de refeitório mal cuidado e pratos foram entregues em nossas mãos, nos fizeram formar uma fila e uma coisa nojenta foi despejada no prato de cada um.
Sentei à mesa com Taylor que agora não saía do meu encalçe e mais alguns caras com cara de desprezados se sentaram conosco.
– Justin. - Ouvi Taylor me chamar e levantei os olhos até ele. - Me ajuda, cara, aqueles homens grandes atrás de você estão em chamando.
A voz do garoto soou terrívelmente apavorada e eu olhei para trás, disfarçadamente.
– Droga! - Resmunguei ao ver um rosto conhecido me olhar com a testa enrugada.
– O quê? - Taylor me perguntou assim que o encarei.
– Nada, coma a sua comida e não fale comigo. - Cortei o assunto e começei a comer aquela pasta amarela e nojenta.
– Primo. - Uma voz disse atrás de mim minutos depois.
Suspirei e me virei dando de cara com o meu sempre magrelo e baixinho primo Nolan, acompanhado pelos tais caras que Taylor temia a pouco.
– Fala, prima. - Provoquei sorrindo de lado.
– Quanto tempo, não? Quem diria que o destino iria te por em minhas mãos de novo. - Ele disse ignorando o meu deboche.
– Em suas mãos? Qual é, Nolan, você sabe que a única coisa que cabe na sua mão é esse seu pinto minúsculo. - Eu disse para provocá-lo mais uma vez e de presente recebi um belo soco. - Está mais forte, hein?
Olhei Nolan enquanto passava a mão na bochecha, onde já começava a arder.
– Eu estou malhando. - Ele disse sorrindo superior.
– Não importa o quanto você malhe, você nunca vai fazer isso. - Eu disse e ele me olhou com a testa franzida.
– O qu...?
Não o deixei terminar, logo meu punho estava enterrado em seu rosto e uma briga começou.
Bem, eu não me lembro de muita coisa porque assim que soquei seu rosto senti meu ombro doer, eu ainda não estava totalmente recuperado do tiro, ainda doía e aquela dorzinha do inferno me fez ficar mais lento no início da briga, mas logo eu esqueci de tudo e me dediquei.
Foram alguns socos e chutes, eu não consegui fazer muita coisa por muito tempo porque logo senti que algumas pessoas me seguravam, pensei que fossem os policiais, mas eram só os caras que acompanhavam Nolan.
– Seu desgraçado, porque você tinha que me excluir de tudo? - Nolan perguntou e chutou meu estômago me fazendo perder a força nas pernas e cair, então eu senti uma dor horrível no meu ombro.
– Filho da puta! Você morreria se me colocasse na porra dos seus negócios? Egoísta. - E agora eu ganhei dois socos no rostos.
– O que está acontecendo aqui? - Ouvi uma voz ao longe dizer, chamando a atenção de todos.
– Não está vendo? - Nolan perguntou irritado.
– Soltem ele. - Outro guarda entrou falando no refeitório, mas ninguém se mexeu. - Eu já disse pra soltarem ele. - O homem repetiu e logo eu estava no chão me recuperando.
– Você não man...
– Calado, Nolan. Você quer brigar? Ótimo! Mas seja justo, cinco contra um é covardia. - O mesmo guarda falou de um jeito amigável e Taylor me ajudou a levantar.
Nolan riu sem humor e me olhou.
– Assim é mais divertido. - Ele disse rindo, ainda me olhando.
– Acho que você só tem medo, todos aqui sabem que eu acabaria com você. - Eu disse usando o meu ar recém-reposto.
– Não tem medo da morte, Bieber? - Nolan perguntou e eu ri sem humor.
– Eu só tenho medo de algo ameaçador e me desculpe, mas você é tão ameaçador quanto uma barata; Só assusta, mas na verdade não faz nada demais. - Eu disse sorrindo de lado.
– Legal, hoje na hora do banho de sol agente conversa melhor, só eu e você, de homem para rato. - Nolan disse sorrindo e saiu dali com os caras.
Continuei com minha pose de fodão o resto do almoço todo, o maldito guarda não fez nada além de falar aquelas merdas no início e logo eu voltei à cela com Taylor, então eu pude tirar a máscara e mostrar o quão dolorido eu estava.
– Você tem certeza de que quer continuar com isso? - Taylor perguntou e eu assenti. - Mas você não está muito bem.
– É por isso que todo mundo quer te comer. Pare de agir com uma garotinha assustada! - Gritei irritado por ter escutado Taylor dizer aquilo desde que saímos do refeitório. - Aprenda Taylor, se você mostrar medo as pessoas vão montar em você. Tente ser ameaçador e por mais apavorado que você esteja não deixe transparecer, se faça de forte e dê o melhor de si em uma briga, isso vai te fazer ganhar respeito, mas nunca, nunca mesmo, perca, porque se você perder o esforço todo vai ser em vão.
Confesso que nem eu sei o que eu quis dizer no final, mas eu tentei explicar o que eu aplicava em minha vida. Taylor me olhou sério e suspirou coçando a cabeça.
– Cara, eu queria ter essa coragem. - O garoto comentou.
– Você... - Fui interrompido por um cara entrando na nossa cela.
Bem, estávamos todos soltos agora, as celas estavam abertas e todos esperávamos a hora do banho de sol, então todo mundo transitava livremente pelos corredores e celas.
– Hey boneca, qual seu nome? - Ele perguntou e eu o encarei sério.
– Taylor. - O garoto respondeu e eu continuava a olhar para o cara, seriamente.
– Vai usar agora? - Ele me perguntou se referindo a Taylor que me olhou suplicante.
– Pode levar. - Eu falei e ele arregalou os olhos.
– Valeu, cara. - O cara pegou Taylor pelo braço e eu vi a hora de ele chorar. - Você deve ser uma putinha bem safada, hein.
– Por favor, Justin. - Taylor sussurrou quando já estava na porta da cela.
Revirei os olhos e me deitei na cama, ignorando o garoto abestalhado com cabelo jogado pro lado -do mesmo jeito que o meu há alguns tempos atrás- e me pus a pensar em Jessica e Harry.
Eu sentia a falta dos dois e ainda estava arrependido por ter tratado a garota daquele jeito.
Será que a essa altura ela já sabia que eu estava aqui?
Que louco, Jessica era uma pessoa tão boa. Eu adoraria estar a altura dela, mas era impossível eu me tornar algo que prestasse.
Me remexi na cama e percebi que eu ocupada agora a cama de Taylor...
Droga!
Me levantei em um pulo e saí feito um louco pelos corredores tentando achar Taylor, eu não devia ter largado ele daquele jeito.
Ao longe eu vi um dos únicos caras de cabelo comprido, Taylor, esse estava acompanhado pelo mesmo cara negro que foi buscá-lo na cela e ambos estavam em um tipo de fila que dava em uma porta, e de lá muitos gritos eram ouvidos, alguém pedia ajuda e algo batia na parede e no chão.
Corri até Taylor e logo chamei a atenção do cara que estava com ele.
– Hey cara, você poderia me devolver ele? - Perguntei apoiando um braço no ombro de Taylor que estava chorando.
– Mas você disse que eu poderia pegar. - O homem disse nada saitsfeito.
– Você é grande, esse magrelo não vai te satisfazer, olhe, eu vou chamar um de meus amigos aqui e prometo que ele te trará uma vadia de seu porte. - Eu disse puxando Taylor.
– Que tal um cara como ele? Eu adoro caras que parecem garotas. - Ele disse.
– Tá, eu te trago um depois. - Eu disse já saindo.
– Vou ficar esperando.
Acenei pra ele e saí arrastando Taylor pelo braço até a cela.
– Obrigado, Justin. - O garoto deveria estar emocionado demais porque ele me abraçou com força e nós caímos na cama.
– Saia de cima de mim ou eu vou te levar de volta para aquele cara. - Eu disse e Taylor se levantou rapidamente.
Massageei meu ombro dolorido enquanto Taylor se acalmava do susto.
– Obrigado mesmo, irmão, eu iria ser assassinado por aquele cara! - Ele disse aliviado por ter se livrado de tudo.
– Não se preocupe, agora tire a roupa e fique de quatro. - Eu disse abrindo os botões do fardamento de preso.
Taylor me olhou assustado e eu continuei sério.
– Você não pode estar falando sério. - Ele disse.
– O que é? Eu não posto gostar de fuder um cara? - Eu disse ainda sério e ele me olhou com aquela cara hilária de choro.
– Justin...
– Eu estou brincando cara, nem que me pagassem eu encostaria em um homem. - Eu disse rindo e me deitando na cama dele que em sorriu aliviado.
Ficamos conversando por um tempo até que nos mandaram sair para o banho de sol, maldito banho de sol.
O que estao achando?
OMG *-* tadinho do Taylor ... krl ta muito fodaa mano u.u
ResponderExcluirtadinho dele kkk
ResponderExcluirOmg tadinho :/ o que vai acontecer com meu bebe? Justin ammr fique bem
ResponderExcluirPodia ter rolado um sexinho, não?
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