– Não tem mais volta Justin, eu não quero mais você. - Me soltei saí do quarto, deixando Justin no chão, me olhando com aqueles olhos culpados implorando por perdão.
Não, eu não iria voltar atrás. Nem em um milhão de anos.
Fui até o quarto das crianças, poderia ser arriscado tirá-los dali tão cedo, mas eu não ficaria naquela casa nem por mais um minuto. Peguei algumas roupas e soquei tudo na bolsa que estava ao lado de um abajur branco, coloquei também algumas mantas e produtos de higiene dos bebês. Em outra bolsa coloquei fraldas descartáveis e de pano, assim como outras coisas que seriam extremamente necessárias para os gêmeos.
– Pare com isso Jessica, é loucura! - Justin disse ao entrar no quarto, ainda chorando o que só me fazia ter mais ódio dele.Continuei arrumando tudo calada enquanto Justin falava e falava.
– Você não vai levar as crianças. - Justin disse assim que coloquei Jason no colo.
– Eu vou levar os meus filhos sim, incluindo o Harry. Já sobre essa bastarda, pode ficar com ela, isso não me interessa. - Eu disse pegando Charles e equilibrando as bolsas nos ombros.
– E pra onde você vai com eles? Você não tem nada. - Justin disse irritado.
– Nem que eu precise morar na rua, eu vou me ver livre de você e dessa casa. - Eu disse saindo do quarto, mas Justin não desistiu e me seguiu.
– Os meus filhos precisam do pai. - Ele disse parando na minha frente.
– Você deveria ter pensado em seus filhos antes de pegar a enfermeira. - Eu disse.
– O que você queria que eu fizesse? Você me deixou o maior tempão sem nem te ver nua. - Justin disse mais irritado ainda.
– Seu ninfomaníaco desgraçado. Qual o seu problema? Por que não consegue pelo menos me respeitar? - Eu disse voltando a chorar. - Eu sempre soube que eu era só sexo pra você, mas... Qual é! Eu estava grávida.
– E agora? Você não está mais grávida. Por que insiste em fugir de mim? - Justin perguntou.
– Você quer que eu durma com você depois de tudo o que disse? Depois de saber que você dormiu com um monte de vadias? - Perguntei incrédula e ele suspirou passando as mãos no cabelo, os assanhando e grunhindo em seguida.
– Tudo isso é culpa sua. - Ele disse franzindo a testa em sinal de irritação.
– Vai se foder, Justin. Eu cansei disso! - Gritei e desviei dele, descendo as escadas com as crianças.
– Você não vai sair daqui, nem que pra isso eu precise fazer tudo de novo e eu não me importaria em te sequestrar por mil vezes até você decidir ficar. - Justin disse ficando em frente à porta.
Lindsay e Mary estavam ali com Harry e elas pareciam já ter ouvido a discursão quando estávamos lá em cima, porque assim que eu apareci as duas voaram em cima de mim e pegaram os bebês e as bolsas, saindo dali com Harry, me deixando livre pra conversar com Justin.
– Por que você quer tanto que eu fique? - Perguntei irritada e por um momento vi o olhar Justin vacilar, mas logo ele voltou a sua pose anterior.
– Não importa, você vai ficar. - Ele disse.
– Por que não me deixa ir como fez com todas as outras vadias? - Eu perguntei empurrando seu peito.
– Você é a mãe dos meus filhos, eu não quero que vá. - Justin continuou com seu rosto contorcido em raiva e eu não duvido de que eu estava mil vezes pior.
– Mas que droga, me deixe em paz! Eu só quero ficar longe de você e se o problema for os seus filhos, tudo bem, você pode vê-los sempre, é seu direito, eu só não quero continuar aqui. Eu quero ficar bem longe de você. - Disse entredentes e seu olhar vacilou mais uma vez, mas não por muito tempo.
– Eu... Eu quero... Eu preciso... Ficar perto de você. - Justin me olhou magoado e eu senti meus olhos embaçarem enquanto uma lágrima descia por seu rosto.
Justin se aproximou e segurou meu pulso, ainda sem desviar o olhar de meus olhos. Eu queria ter forças o suficiente para me soltar, mas era como se eu quisesse continuar aquilo.
Senti sua testa encostar na minha e Justin logo fechou os olhos, suspirando.
– Me perdoa, por favor. - Suas mãos apertaram as minhas como uma súplica e eu me senti a mais fraca das mulheres naquele momento.
Então tudo veio como uma grande tijolada na cabeça. As mentiras, as traições, as agressões e as palavras duras. Era difícil encarar tudo aquilo, era difícil saber que Justin não me amava e era confuso ouvir ele dizer que precisava ficar perto de mim, quero dizer, existem tantas mulheres com quem ele poderia transar, por que ele precisava justo de mim?
Fechei meu olhos e respirei fundo, usando o último vestígio de força que eu ainda tinha para me afastar de Justin.
– Eu preciso de um tempo. - Falei.
– Tudo bem, eu respeito isso, mas não vá embora. Eu juro que te deixo em paz e você nem precisa falar comigo, eu só quero acordar e ter a certeza de que vou ver seu rosto por aqui. - Justin disse com as sobrancelhas juntas, implorando para que eu cedesse.
– Tá, agora me deixe sozinha. - Eu disse desviando o olhar e percebi ele assentir e subir as escadas.
Eu menti.
Não ficaria naquela casa por mais que ele me dissesse todas as coisas fofas do mundo. Antes eu só queria ouvir um "eu te amo", mas depois de tudo o que decobri, depois de saber que ele ainda estava com aquela vadia da Camila, que a engravidou e que tentou fazer com que eu pensasse que a mini vadia era minha filha também, um simples "eu te amo" não era o bastante. Eu queria ver mudanças, mudanças reais, mudanças essas que eu sabia que não aconteceria.
Qual é! Chaz me disse, Kenny me disse, até mesmo Justin me disse isso e eu achei que eu conseguiria mudá-lo. Eu só queria mudar algo nele e queria amar e ser amada por Justin.
Peguei a chave do carro que estava ao lado da TV e peguei a bolsa das crianças que estava em cima do sofá, logo as levando para o carro e as colocando lá. Voltei para dentro da casa e procurei por Lindsay e Mary, as encontrando no quintal com as crianças. Pedi para que as garotas me acompanhassem até o carro e logo coloquei os bebês numa cadeirinha de dois lugares para bebês de três meses, mesmo eles só tendo duas semanas de nascidos, e coloquei Harry em uma cadeira para crianças de três anos.
– Você não quer que agente te acompanhe? - Lindsay perguntou, sem nem saber que eu estava indo embora.
– Não obrigada. - Sorri e as garotas retribuiram assentindo e saindo de perto.
Corri para meu quarto, torcendo pra que Justin não estivesse lá e coloquei algumas roupas minhas em duas malas grandes que eu havia usado para fazermos a mudança. Nem me preocupei em guardar nada, eu simplesmente soquei tudo lá dentro e me lembrei de pegar o relógio que Justin havia me dado, porque parecia muito caro e certamente me quebraria o galho por alguns dias.
Desci as escadas sentido o pé de minha barriga doer um pouco e logo estava no carro.
– Harry, solte seu irmão. - Eu disse vendo que Harry estava com as mãos grudadas na cabeça de Jason que chorava.
– Qual o nome do seu irmão? - Harry perguntou.
– Ele é seu irmão, o nome dele é Jason e você sabe disso, agora solte ele. - Eu disse virando o braço e tirando as mãos de Harry da cabeça de Jason.
– To com fome. - Harry reclamou enquanto Jason ainda chorava.
Ignorei o garoto e liguei o carro, logo saindo dali.
Eu nem me importei em estar roubando aquele carro, Justin tinha vários em um galpão, como ele mesmo disse, então estava tudo bem.
Fiquei pensando onde passaria a noite até me lembrar de minha antiga casa. Deveria estar imunda, mas serviria por uns tempos, ou quem sabe eu até poderia ficar ali com as crianças, era um lugar confortável e já estava mobiliado, sem contar que não era perto da casa de Justin, então seria uma boa opção.
Passei em um lugar onde trocam-se jóias por dinheiro e consegui nave mil dólares pelo relógio. Provavelmente valia mais, mas eu não me importei, aquilo estava bom e eu poderia me sustentar por uns tempos.
Dirigi até a casa de minha mãe e estacionei o carro na "garagem" descoberta. Desci e deixei as três crianças chorando lá dentro, aquilo estava começando a me irritar. No jardim, embaixo de uma pedra, havia uma chave reserva que mamãe sempre deixava e por sorte ainda estava lá. Abri a porta e vi que o lugar estava cheirando mal, no sofá ainda havia a grande mancha de sangue que fora feita àquele dia.Balançei a cabeça tentando esquecer a imagem de minha mãe morta e subi as escadas, pelo menos o meu quarto deveria estar mais apresentável. Abri a porta e vi que também cheirava a morfo, então abri as janelas e troquei os lençóis, usando os lençóis sujos para tirar a poeira dos móveis. Peguei um vassoura no quintal e varri o quarto, qu agora estava bem melhor.
Desci correndo e peguei os bebês porque o tempo estava fechando e logo iria chover. Coloquei os gêmeos em minha cama e Harry ficou mexendo nas coisas. Tranquei a porta e dei de mamar para os bebês enquanto Harry só olhava para aquilo confuso.
– Por que eu não posso? - Ele perguntou apontando para Charles que agora acabava de mamar e logo se juntaria a Jason, que dormia.
– Porque você já tá grande e agora chega de conversa, vá tirando a roupa porque e vou te dar banho daqui a pouco. - Eu disse me levantando e ninando Charles que dormiu rapidamente.
Dei um banho em Harry e pedi alguns tacos com meu celular que decidi manter desligado caso Justin ligasse. Algum tempo depois eu comi os tacos com Harry e o coloquei na cama com os garotos.
Desci as escadas e começei a arrumar a casa até está toltamente cansada e resolver tomar um banho e dormir.
POV Justin
Eu estava ligando há alguns minutos para Jessica, mas o celular dela estava desligado.
Droga!
Não era normal, mas eu estava preocupado.
Onde ela passaria a noite com meus filhos? Quem vai amamentar a Carly que não para de chorar?
Já estava começando a me desesperar quando meu celular tocou e logo atendi esperando ser Jessica.
– Como vai, Justin?
– Quem tá falando? - Perguntei entando lembrar de onde eu conhecia aquela voz.
– Não lembra mais de mim, filho?
– Filho? Você não é o meu pai. - Eu disse tendo a certeza de que aquela não era a voz de Jeremy.
– Eu cuidei de você quando sua mãe estava doente, não lembra? De dei tudo o que você tem hoje.
– O quê... Quem é? - Perguntei começando a me irritar.
– Tio Martin! - Ele cantarolou.
– O Martin está morto, eu mesmo matei aquele desgraçado. - Eu disse.
– Acho que você foi infeliz na sua ação porque eu estou aqui e sua muherzinha também. - Ele disse rindo.
– Eu não tenho uma mulher. - Menti porque ele poderia estar jogando, eu não queria entregar.
– Nem filhos? Os menores parecem com você quando nasceu. - Ele disse afastando a voz do celular e eu pude ouvir algo como uma criança se espreguiçando.
– Vem me enfrentar seu covarde, deixe eles em paz. - Eu disse irritado, ainda sem acreditar.
– Quem você acha que eu devo levar? - Eles perguntou parecendo estar indeciso;
– Seu desgraçado! Se você tocar nos meus filhos eu juro que te mato, e dessa vez é pra valer. - Eu disse.
– Desculpe, eu tenho que desligar agora, a propósito, Ryan e Nolan te mandaram um "oi". - E então ele desligou.
Que droga estava acontecendo?
Como assim Martin estava vivo? Eu tenho certeza de que matei aquele desgraçado.
E que história é essa de Ryan e Nolan? Eles estavam juntos agora?
E os meus filhos, onde estavam e pra onde ele os levaria?
E a Jessica, o que vão fazer com ela?
Eu precisava fazer algo, mas não sabia por onde começar.
O que estao achando?
OMG *O* que foda! krl ta muito louco u.u
ResponderExcluirDesculpa a sumida ai ;s ta muito foda \õ
ResponderExcluirmais
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