quarta-feira, 11 de julho de 2012

Capítulo 49 Entre a vida e a morte

Fechei os olhos.Aquele seria meu fim?
Quero dizer, tudo se acabaria com esse clima de novela mexicana?
...
– Espera! - Camila gritou ao lado de Martin e ele virou o rosto para encará-la.
– O que foi? - Ele perguntou.
– O Jason, eu não sei o que está acontecendo com ele. - Ela olhou para o garoto de uma forma desesperada e eu ouvi um barulho estranho vindo dele.
Jessica correu para perto de Camila e empurrou Martin, se aproximando de Jason.
– Ele está tendo uma convulsão. Agente tem que achar um hospital. - Jessica colocou Harry no chão e pegou Jason.
– Pra onde você vai? - Martin perguntou.
– Meu filho não vai morrer. - Jessica entrou no carro e eu vi Camila correr até Byron, pegando Charles e puxando a mão de Harry até o carro.
Jessica saiu em disparada depois de ter entregado Jason para Camila que segurava Charles no braço contrário e eu me toquei de que tinha uma chance de sair vivo dali. Aproveitando a distração de Martin, segurei sua mão, levantando e girando, tentando tirar sua arma. Ele atirou no chão e eu senti alguém chutar minhas pernas, me fazendo cair no chão.
– Corre, Bieber. - Nolan gritou e eu o encarei confuso enquanto via ele empurrar Ryan e segurar a arma de Martin.
Alguns homens, inclusive Byron vieram atrás de mim e eu tentei correr o mais rápido que pude por entre os carros velhos. Ouvi um tiro e me assustei, tropeçando e caindo no meio de dois carros, fazendo com que pneus empilhados caíssem por cima de mim.
Foi a minha salvação.
Os caras passaram correndo por cima dos pneus, fazendo pressão sobre meu corpo e eu me segurei para não fazer barulho, já que aquilo machucava.
Continuei ali e ouvi mais um tiro. Eu estava me sentindo encurralado e eu sabia que devia sair dali antes que me encontrassem, mas tinha medo de que os caras estivessem me esperando lá em cima.
Droga!
Afastei um dos pneus e tentei esticar o pescoço para ver o local.
Tudo limpo.
Empurrei os pneus com dificuldade, pois já estava cansado e minha barriga começou a doer bem aonde Nolan havia me golpeado na cadeia. Levantei e saí correndo sem rumo, eu estava perdido naquele labirinto de ferro velho, até que consegui sair de onde estava e acabei me assustando com o que vi;
Martin e Ryan mortos.
Procurei Nolan com os olhos, mas ele não parecia estar ali, então decidi pegar um dos carros e me mandar o mais rápido possível.
Não poderia estar sendo tão fácil.
Quando caminhava para um dos carros senti algo quente na perna e caí no chão, eu havia cabado de ser atingido.
Vi Nolan caminhar na minha direção com uma expressão de superior e eu o encarei confuso.
Ele havia acabado de me salvar de Martin. Por que me mataria agora?
– Por favor Nolan, vamos pensar em nossos laços sanguíneos. Cara, nós somos uma família e só temos um ao outro, você não precisa me matar. - Eu disse tentando não gemer muito com a dor na perna e ele se agachou perto de mim.
– Eu sempre quis ter o prazer de ver suas pupilas dilatando, sabia? - Ele disse ignorando meu pedido. - Martin não poderia te matar, eu queria poder fazer isso e a hora chegou.
Nolan destravou a arma e eu virei de costas, mas ainda assim fui atingido.
Um, dois, três tiros. Uma risada. Silêncio. Mais um tiro e algo caiu em cima de mim.
Muita dor nas costas. Algo queimava e ardia.
Tentei manter os olhos abertos apesar da dor, mas parecia estar se tornando cada vez mais difícil.
Vozes, alguém chamou meu nome várias vezes e logo senti o peso sair de cima de mim.
Algo me ergueu do chão
Eu estava indo para o céu?
Confusão. Muita confusão.
Meu corpo estava sendo sacudido e um barulho incômodo podia ser ouvido.
Aquilo era morrer?
Eu só queria ter uma chance de dizer tudo a Jessica. Eu queria dizer o quanto ela era importante pra mim e o quanto eu fui idiota de não admitir que eu amo e sempre a amei, desde o início porque nada foi em vão. Nenhuma cobrança, nenhuma confissão, nenhuma noite ao lado dela, nenhuma palavra implorando pra que não me deixasse, nada foi em vão, tudo tinha um motivo, eu só estava cego demais pra enxergar isso.
A vida é engraçada. Uma hora você diz à uma garota que ela não é nada, e depois você não consegue viver sem ela. Eu sempre tive uma garota de ouro nas mãos e, apesar de ela ser uma mulher agora, eu ainda a considerava uma garotinha porque não importa quanto tempo passe eu sempre vou vê-la como alguém frágil e que precisa que proteção.
Como eu fui idiota!
Eu deveria ter dito a ela, porque eu descobri que a amava desde que acordei daquele maldito coma.
Eu quero protegê-la e quero amá-la, mas não vai ser possível porque eu tenho certeza de que hoje é o meu último dia e eu queria ao menos me despedir de todos.
Só espero que o céu aceite pessoas como eu, porque eu juro que estou arrependido de todo o mal que fiz e talvez minha morte não seja tida como heroísmo, mas não importa! Eu só quero olhar lá de cima e ver que as pessoas que eu amo estão bem.
Meus irmãos. Eu queria tanto me despedir deles. Na verdade eu queria continuar vivo para ver Jaxon crescer e dar conselhos sobre garotas à ele. E eu adoraria dar uns belos chutes no garoto que quebrar o coração de Jazmyn, eu afugentaria todos eles.
E Jeremy. Eu queria pedir perdão a ele por algumas coisas que eu fiz e dizer pela primeira vez que, apesar de tudo, ele é um pai incrível e que eu o amo.
São tantas coisas!
Eu queria agradecer à Kenny por sempre ter estado comigo e dizer a Christian para cuidar e consolar Jessica quando eu não estiver mais aqui. Eu queria pedir ao resto dos caras que continuassem guardando minha casa e pedir a Lindsay e Mary para ajudarem a criar meus filhos.
Eu queria mais uma chance.
Jessica's P.O.V
Dirigi o mais rápido que pude até um hospital e logo encontrei. Eu estava preocupada com Justin, mas não poderia deixar meu filho morrer, o sentimento de mãe é maior.
Camila disse que ficaria no carro com Harry e Charles, mas não confiei naquilo, então exigi que ela viesse comigo e assim entramos no hospital.
– Meu filho não está bem, você precisam ajudá-lo. - Eu disse para a recepcionista e a mulher encarou Jason nos meus braços, roxo e sem vida.
– Setor pediátrico, temos uma emergência com um recém-nascido. - A mulher disse apertando em um botão e em poucos segundos dois rapazes chegaram.
– Ele caiu ou algo do tipo? - Um dos homens perguntou e eu neguei. - Quanto tempo de nascido ele tem?
– Dez dias. - Eu disse sem ter muita certeza.
– Preencha a ficha na recepção. Nós traremos seu filho depois. - O outro homem, que já prestava os primeiros socorros disse antes de levar meu filho pra dentro de um corredor.
Charles chorava e Harry também, e eu vi Camila brincar com ele para fazê-lo se sentir melhor, o que me fez pensar se ela era realmente uma cadela desgraçada.
Preenchi a ficha e fiquei sentada ali, ainda chorando e esperando notícias de Jason até ouvir uma voz conhecida e ver um Christian e um Kenny ensaguentados, carregando Justin nos braços.
– Oh meu Deus! J-justin... - Senti meu choro se intensificar enquanto alguns enfermeiros vinham com macas e levavam Justin embora.
– O que houve? - Camila perguntou com os olhos arregalados e assustada, abraçando Harry como se ele fosse protegê-la de algo que os rapazes fizessem para se vingar de quem havia feito aquilo.
– O que essa vadia está fazendo com você? - Christian perguntou alterado.
– Ela está me ajudando com as crianças. Jason teve um tipo de convulsão, eu não sei ainda. - Expliquei e vi Christian se acalmar em relação à Camila.
– Ele vai ficar bem? - Perguntei olhando para Kenny.
– Eu não sei. - Kenny cobriu os olhos e abaixou a cabeça.
Foi a pior cena que eu já havia presenciado. Nunca pensei em ver aquele cara forte parecer tão fraco.
– O que aconteceu? - Perguntei, mas Kenny não me respondeu, ele nem teve coragem de me encarar.
– Todos morreram; Martin, Ryan, Nolan. Justin foi o único que continuou vivo. - Christian disse e Camila colocou Harry no chão, se levantando.
– Você só pode estar brincando! O Ryan... E-ele não pode... Ele não pode ter morrido. Não pode! - Camila começou a gritar e a chorar, enquanto Christian tentava segurá-la e eu senti meu coração diminuir por pensar que duas pessoas importantes também estavam ali dentro, entre a vida e a morte.
Alguns médicos apareceram e perguntaram se poderiam sedá-la, tendo a confirmação de Christian. Eles a levaram para dentro do lugar e só sobramos nós.
– Jessica, não há mais perigo, então você deve ir para casa com Harry e Charles, aqui não é lugar para crianças ficarem. - Christian disse e eu assenti. - Vou ligar pra James vir te buscar.
Em alguns minutos James chegou e eu fui com ele para casa.
Eu precisava orar, orar muito para que Jason e Justin ficassem bem.
Ver meu bebê tão frio e agoniado, tentando respirar e não conseguindo simplesmente partiu meu coração. Eu sabia que Jason tinha problemas respiratórios e todo aquele stress com tão pouco tempo de vida fez com que ele piorasse. Eu me sentia culpada.
Então eu lembrei de ver Justin mole nos braços de Kenny, enquanto Christian apertava uma de suas pernas com um pano, provavelmente estancando sangue. Justin parecia tão vunerável e talvez até morto. Todo aquele sangue pingando de sua roupa, seus braços amoleçidos e seu rosto molhado por suor e sangue... Era horrível.
Eu tive medo de que meu sonho de ter uma família acabasse com a morte de Jason. Eu queria que meu filho sobrevivesse e que o pai dele também ficasse vivo, porque apesar de tudo eu amo Justin. Ele me traiu, me bateu, me sequestrou, me torturou, mas nada disso importava, eu ainda o amava e eu sabia que nunca deixaria de amar, ainda que não ficássemos juntos.
E, pelo menos pela última vez, eu queria dizer isso à ele.
Eu queria pedir para ele não me abandonar aqui, sozinha, porque, por mais que estivéssemos longe, eu estaria feliz em saber que ele existe.
Eu só queria que ele não se fosse.

O que estao achando?


3 comentários:

  1. Awn vlh :/ tipo assim ele não pode morrer,nem o Jason :/ na hora que o Justin pensou naquelas coisas na boa eu chorei aqui *-* porra sou muito emotiva ;s choro por qualquer coisinha,não gosto disso enfim,esperando ansiosamente para um próximo cap s2

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  2. Jussssssssssssssss10 não pode morrer ~lhe eu chorando~

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