domingo, 17 de junho de 2012

Capítulo 14 Indo pro hospital

Atravessamos a floresta e depois um rua, até que eu pude ver o carro estacionado embaixo de uma árvore, a sombra das folhas fazia com que a escuridão da noite e a cor do caro o mantesse quase imperceptível.

– Abre logo, Justin. - Chaz quase gritou enquanto batia no vidro.

A porta se abriu e Chaz me ajudou a entrar, eu senti meu pé latejar e reprimi um gemido, Justin me olhou torto e em seguida Chaz entrou no carro fechando a porta.

– Agente tem que levar ela pro hospital. - Chaz disse.

– Por quê? Ela me parece saudável. - Justin perguntou me analisando de cima abaixo.

– Parece que ela torceu o pé, sei lá. - Chaz disse tocando minha canela e levantando minha perna com cuidado. Gritei e ele acabou se assustando e soltando minha perna que bateu no piso do carro me fazendo gritar mais alto e chorar deseperadamente.

– Meu Deus, Justin! Vamos levar ela logo pra um hospital, o negócio tá feio. - Chaz disse fazendo cara de dor, até parecia que era ele quem estava machucado.

Vi Justin revirar os olhos e bufar.

– Tá, vamos pro maldito hospital. - Ele disse e soou estressado, eles deviam ter me esperado por muito tempo e isso o cansou.Larry desviou o caminho e seguimos para um hospital. Chaz entrou comigo já que Justin disse que não queria sair do carro. Depois de ter preenchido uma ficha e esperar alguns minutos, eu fui chamada, Chaz me acompanhou.

– Boa noite senhorita Alba. - Ele disse lendo minha ficha. - Machucou o pé... Como exatamente aconteceu? - Ele me olhou e eu encarei Chaz.

– Bem, nós estávamos tendo um momento juntos, você sabe, como casal, aí nós exageramos um pouco e acabamos caindo da cama. - Chaz disse naturalmente e eu só assenti meio corada.

– Então você machucou o pé na queda? - O médico perguntou e antes que eu falasse algo Chaz me interrompeu.

– Nós caímos por cima do pé dela, foi tudo culpa minha, eu deveria ter me segurado na cama, mas a idéia de sair de dentro dela me pareceu ruim. - Chaz disse e eu encarei incrédula. De onde ele tira essas coisas?

– Ah, ok. - O médico parecia estar meio sem graça por estar ouvindo Chaz falar da "nossa intimidade", então logo mudou de assunto. - Vamos tirar uma radiografia.

O médico me conduziu até a sala onde a radiografia era feita, o ar-condicionado estar forte e eu senti a ponta dos meus dedos perderem a sensibilidade, meu maxilar começou a bater e o médico me pediu pra ficar quieta, pois ele começaria a tirar a radiografia. Me esforçei ao máximo pra ficar parada, mas o médico teve que fazer três tentativas, até conseguir tirar uma radiografia boa.

– Esperem um minuto, eu já volto. - Ele saiu com a radiografia na mão e eu fiquei ali.

Chaz se aproximou de mim e me olhou por um tempo.

– Você tá com frio, né? - Ele perguntou e eu assenti. Chaz tirou o casaco e me ajudou a vestir.

– Obrigada, Chaz. - Eu disse sorrindo sem mostrar os dentes.

– Não precisa agradecer, eu gosto de cuidar de você. - Ele disse e eu desviei o olhar, torcendo pra que o médico aparecesse logo.

– Bem, já sei o que houve com seu pé. - Graças a Deus! O médico entrou segurando a radiografia e em seguida nos encarou.

– O que houve com o pé dela? - Chaz perguntou se afastando um pouco e se recompondo.

– Ela torceu o tornozelo, não foi nada grave, mas ela precisa de repouso por pelo menos uma semana. - O doutor disse e Chaz me olhou.

– Não sei se ela vai obedecer, essa mulher é teimosa! - Chaz disse como se realmente fossemos um casal. Fiquei com vontade rir.

– Se a senhorita quer ficar boa logo e poder se divertir com seu namorado em pouco tempo, precisa fazer o que eu disse. Ah, e peguem leve da próxima vez, tá? Eu sei que vocês são jovens e cheios de hormônios, mas se vocês não forem com tanta força, vão evitar acidentes como esse. - O médico disse e Chaz arqueou uma sombracelha.

– Você acha que dá pra resistir à ela? A garota é sexy até quando acorda! As remelas dela brilham. - Chaz disse fazendo parecer verdadeiro e o médico fez cara de nojo.

– Pois bem, eu vou ter que enfaixar só pra garantir que a senhora não vai mexer muito. - Ele disse rindo enquanto nos conduzia até outra sala.

Me sentei em uma maca e deixei a perna pendurada, o médico enfaixou rapidinho enquanto Chaz falava um monte de besteiras e eu sempre tinha que reprimir o riso porque se eu risse o médico, com certeza, iria se assustar.

– Podemos ir? - Eu perguntei, falando pela primeira vez.

– Sim, e não esqueçam do que disse: Peguem leve. - Ele apontou o dedo pra nós e eu assenti.

Bem, Chaz alugou um par de moletas pra mim, tenho que me lembrar de pagar depois.

– Como você conseguiu inventar aquelas coisas? - Eu disse rindo.

– Ah, quando agente fica muito tempo imaginando uma coisa, fica fácil. - Ele disse e eu parei de rir, na verdade eu fiquei sem graça.

Chegamos ao carro e Chaz me ajudou com as moletas.

– Então era sério? - Justin perguntou olhando pro meu pé enfaixado.

– Não, imagina! É que eu adoro fingir que sinto dor pra ser levada pro hospital, ter o pé enfaixado e andar de moleta por aí, eu faço isso o tempo todo. - Eu sorri falsamente pra ele e logo fiquei séria. Justin deu de ombros e empurrou a cabeça da menina do colo dele.

– Cuidado! Você vai machucar ela. - Eu disse o repreendendo.

– Então venha ficar aqui no meu lugar, porque eu não to afim de aguentar essa cabeça enorme nas minhas pernas. - Ele disse balançando a cabeça e me enacarando.

– Tudo bem. - Eu me levantei e sentei no colo dele.

– Você é pesada. - Ele disse me empurrando.

– Parem vocês dois! - Chaz chamou nossa atenção. - Lembra do que o médico disse, Jessica?

– Lembra do que você disse? "Essa mulher é teimosa". - Eu disse cruzando os braços e arqueando as sombrancelhas.

Justin deu um jeito de ir pro lugar onde eu estava e eu coloquei a cabeça de Honor na minha perna.

– Depois que você perder o movimento da perna não venha pedir pra ninguém te levar no médico. - Justin disse. Não sei de onde ele tirou que a cabeça dela é grande e pesa.

Chegamos no hotel e Chaz me ajudou a descer, Kenny pegou Honor nos braços, Larry ficou pra estacionar e fechar o carro, e Justin trouxe uma mochila preta nos ombros.

Eu entendia o porquê de estarmos naquele lugar vagabundo, lá não era um lugar muito frequentado, tinham poucos funcionários, não tinha câmeras de segurança, ficava localizado em um lugar meio deserto e ninguém prestava atenção no que você fazia com tanto que pagasse a conta do quarto. Talvez Justin matasse eles depois.

Me lembrei daqueles dois que Justin matou mais cedo, também lembrei do cara que eu matei. Nunca pensei que eu fosse capaz de fazer algo assim, mas foi autodefesa, não fiz por maldade ou diversão como Justin. Eu tirei a vida de uma pessoa, apesar de ele ser um velho safado, com certeza tem família, amigos, pessoas que o amam e eu o tirei deles de um jeito horrível. Seria difícil ficar em paz agora. E se me pegassem? Como eu contaria isso pra Justin?

Ai Deus, me ajude!

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