– Não pode ser.– Justin sussurrou.
– Não pode ser o que, Justin? Hein? Me fala? - Eu disse sacudindo ele que parecia estar em outro mundo.
– N-nada, Jessie... Eu preciso de água. - Ele disse e saiu indo em direção da cozinha.
Me levantei e corri atrás dele, Justin estava fazendo caretas e respirando como se tivesse corrido uma maratona, ele mal conseguiu abrir a geladeira.
– Deixe que eu pego pra você. - Eu disse pegando a garrafa de água e colocando um pouco no copo. - O que aconteceu pra você estar assim? - Perguntei enquanto ele bebia o copo de água.
– Não... É impossível. - Justin riu sem humor e bateu copo na mesa.
– Hey calma aí Justin, você vai destruir a casa desse jeito. - Eu disse tirando o copo de perto dele e segurando seu braço. - Agora me fale o que aconteceu.
– Não é nada, esqueça isso. - Ele disse saindo de perto de mim.
– Como assim? Você ficou todo nervoso por nada? Qual é Justin! Eu não sou idiota. - Eu disse cruzando os braços e o encarando.
– Eu não disse que você é idiota, eu só... Olha, só esqueça e pare de fazer perguntas. - Ele disse se mantendo calmo.
– Mas eu quero saber o que é Justin! Eu sei que tem algo haver com a morte da minha mãe, então eu preciso saber. - Eu disse quase chorando.
– Não, você não precisa saber e isso não tem nada haver com sua mãe, foi só uma coisa que eu lembrei. - Ele disse irritado. Respirei fundo tentando me acalmar.
Senti as lágrimas vindo e me sentei à mesa derrotada, coloquei as mãos no rosto sentindo vontade de gritar por não ter minha mãe comigo e não poder, ao menos, dar um enterro digno a ela. Justin agachou perto de mim e me abraçou de lado. Ficamos daquele jeito por um tempo até o celular dele tocar e ele sair para atender.
Subi e fui tomar banho , vesti uma das roupas que eu tinha comprado no shopping com Chaz e não tinha levado pra casa, e desci. Eu estava sem nada pra fazer, Justin estava na sala falando no celular há um tempão, então eu decidi ir ver a Honor, sei lá, ela se parecia tanto comigo e acho que por isso eu sentia pena da garota, afinal, ela não tinha culpa das mancadas do pai.
Me aproximei do porão e ouvi uns gritinhos finos que não pareciam nada com os gritos de Honor, abri a porta e desci e então eu me assustei com o que vi, tinha uma criança de mais ou menos um ano e meio amarrada à cama e parecia ser um menino, ele estava imundo, e parecia estar com dor, com certeza a corda estava bem apertada.
Corri até o bebê e desamarrei o colocando no colo, ele estava assustado e se debatei para sair do meu colo, começei a acariciá-lo para que ele ficasse calmo e aos poucos ele foi parando de gritar.
– Honor? Você está aqui, Honor? - Perguntei baixinho. - Ai meu Deus, onde ela está? - Perguntei a mim mesma.
Saí do porão com o bebê no colo, Justin me devia explicações, quer dizer, eu queria saber o que aconteceu com o Honor e porque aquele bebê estava ali.
– JUSTIN! JUSTIN CADÊ VOCÊ? - Começei a gritar pela casa.
– O que fo... - Ele chegou correndo e se assustou ao ver o bebê no meu colo. - Por que tirou ele de lá?
– Como assim, seu idiota? Por que você deixou esse bebezinho lá? Pirou de vez? - Eu estava muito brava, espumando na verdade.
– Eu não tive coragem de matar ele, então deixei ele lá até que morresse de fome. - Ele disse naturalmente e eu quase voei em cima dele se não fosse pela criança assustada no meu colo.
– Justin! Você realmente não tem sentimentos, na verdade eu estou me perguntando se aquele seu choro foi realmente verdadeiro ou se você só fingiu. - Eu disse e Justin me empurrou contra a geladeira.
– Nunca mais diga isso! Agora leve esse pirralho lá pra baixo. - Ele ordenou, mas eu não abaixei a bola, nem a pau eu iria deixar o bebê lá embaixo, ele parecia faminto.
– Olha aqui Justin, você pode não ligar pra ele, mas eu ligo e digo mais, se ele for lá pra baixo eu também vou. - Eu disse estressada.
– Ah é? Então vá pra lá, só não quero ele aqui em cima. - Ele disse e saiu de perto de mim.
Levei o bebê pro meu quarto sem me importar se Justin iria achar ruim ou não. Tirei a roupinha e a fralda de pano dele e lavei no banheiro mesmo, depois dei banho nele com meu sabonete líquido, o enxuguei com minha toalha e o enrolei em meus lençóis.
Desci para pedir algum secador para as garotas e contei tudo a Lindsay, ela me disse que sabia e que sempre que podia ia dar um pouco de comida ao bebê, ela também me emprestou um secador de cabelos e disse que iria preparar leite para dar ao bebê e em alguns minutos levaria ao meu quarto.
Subi e sequei a roupinha e a fralda de pano com o secador e vesti no bebê, ele estava tão cheirosinho agora e ele era lindo, cabelo loiro e ralo, olhos azul escuro, pele clara e era visível que ele ainda não sabia falar mesmo já tendo idade pra aprender.
– Aqui está. - Lindsay entrou no quarto com um paninho e um copo grande de leite.
– Você acha que ele consegue beber no copo? - Perguntei ajeitando a criança no colo.
– Eu sempre dei a ele no copo. - Ela disse se sentando ao meu lado.
Sentei ele no meu colo e encostei o copo em sua boca pequena, ele logo tentou agarrar o copo e bebeu como se sua vida dependesse daquilo, em pouco tempo o leite acabou e ele parecia satisfeito.
– Você acha que Justin vai permitir que ele fique aqui? - Ela perguntou preocupada.
– Não sei, mas ele não precisa saber, não é? - Eu disse e Lindsay assentiu.
– Bem, eu tenho que ir agora, boa sorte. - Ela disse eu sorri agradecida.
Fiquei olhando o garotinho mordendo meus dedos, acho que ele estava coçando a gengiva, sei lá.
– Hmm, como é seu nome? - Tentei perguntar e ele me olhou sorrindo, mas não disse nada. - Tudo bem, vou te chamar de... Fred? - Eu disse em dúvida e esperei alguma reação dele, reação essa que não veio, então resolvi escolher outro. - Hmm... Bob? - Nada ainda. - Que tal Harry? - A criança ainda não reagia, é, acho que ele nem sabe do que eu to falando. - Vou te chamar de Harry mesmo, estou sem criatividade. - Eu disse e ri.
Me levantei e coloquei ele no colo dando leves tapinhas em suas costas para fazer ele arrotar, em três minutinhos eu consegui e resolvi colocar ele na cama pra ver se ele dormia, mas assim que eu deitei ele ouvi ele gritar e chorar se debatendo e se esticando. Peguei ele de novo e o moleque se agarrou no meu pescoço com força, então deduzi que ter ficado tanto tento amarrado à uma cama e com fome deixou ele traumatizado.
Me sentei na cama e fiquei com ele no colo, alisando e acariciando até que ele relaxou e dormiu em meus braços. Coloquei ele na cama com cuidado e o enrolei, depois coloquei uma barreira de travesseiros para que se ele acordasse não caísse e saí do quarto.
Encontrei Justin no escritório, a porta estava escancarada, então eu entrei.
– Cadê a Honor e de quem é aquele bebê? - Perguntei direta.Justin me olhou por cima dos olhos e suspirou.
– Eu matei a Honor e esse aí é o irmão dela. - Ele disse e eu arregalei os olhos assustada.
– Como é? Você matou ela e ainda sequestrou o irmão? - Eu disse assustada.
– Claro que não, eu não sequestrei o moleque, na verdade nem tenho de quem sequestrar já que ele não tem mais pai, nem mãe e nem irmã. - Ele disse naturalmente.
– Sua frieza me espanta, sabia? - Eu disse com desprezo. - Justin ele tem só o quê? Um ano?
– Dois, na verdade. - Ele disse me interrompendo.
– Tanto faz! Ele é um bebê e você tirou a família dele. - Eu disse indignada.
– Ele tem sorte de eu não ter tirado a vida dele. - Ele disse sem emoção nenhuma.
– Mas você ia, ou você acha que se ele morresse de fome a culpa não seria sua? - Eu disse enfiando o dedo no peito dele.
– Para com isso. - Ele disse segurando meu dedo. - É só um moleque, não vai fazer falta pra ninguém, aliás, todo mundo pensa que a família morreu em um incêndio do outro lado mundo.
– Você é um merda e eu te odeio. - Eu disse olhando pra ele com nojo e me virei pra sair, mas ele me segurou.
– Ele tá aqui em cima, não está? - Ele disse travando o maxilar. Franzi a testa. - Eu to ouvindo o choro dele.
– É, ele está sim, por quê? - Eu disse estressada. - Olha aqui, ele vai ficar no meu quarto e você não vai impedir porque eu vou cuidar dele, você não tem obrigação nenhuma.
– Esqueçeu que nós vamos viajar amanhã? Ou você desistiu? - Ele disse arranjando pretextos.
– É claro que eu vou, as garotas vão cuidar dele, não se preocupe com isso. - Eu disse saindo, mas ele me segurou de novo. - Me solta, eu tenho que ir ver o Harry.
Justin me analisou por um tempo e sorriu de lado me dando um selinho, em seguida ele me soltou e eu corri pro meu quarto onde achei o Harry se batendo na cama.
– Calma Harry, eu estou aqui agora. - Eu disse colocando ele no colo e tentando acalmar ele.
– Você vai ser uma boa mãe. - Ouvi alguém dizer depois de algum tempo.
– Ah, oi Chaz. - Eu disse sorrindo pra ele.
– Você conseguiu convencer Justin a deixar o bebê aqui? - Ele perguntou e riu no final.
– Eu acho que sim. - Eu disse sorrindo.
– Então agora vocês têm um filho? - Ele disse rindo.
– O quê? Não Chaz, não mesmo. Justin não gosta do Harry, acho que ele só vai ter uma mãe. - Eu disse.
– Ah não, ele vai ter um tio também, o titio Charles. - Ele disse rindo e chegando perto do bebê.
– Tio? - Eu perguntei rindo.
– É... maninha. - Ele disse com a voz divertida e riu. - E aí Harry, beleza?
Eu começei a rir enquanto Chaz tentava ensinar um toque de mãos para ao bebê.
– Me deixa pegar? - Ele perguntou e eu entreguei Harry a ele.
– Toma.
Chaz segurou a criança de um jeito desajeitado e ficou balançando de um lado pro outro.
– Acho que eu não quero mais ser o tio, prefiro ser o pai já que Justin não quer. - Ele fazendo caretas para Harry rir.
– Tudo bem. - Eu disse rindo dele.
– Gostei do nome que você deu à ele, o molequinho tem cara de Harry mesmo. - Ele disse e eu dei um tapa no ombro dele. - Outch! Por que me bateu?
– Não chame ele de molequinho! - Eu disse fingindo estar brava.
– Moleque? - Ele disse e eu dei mais um tapa nele. - Vejo que você é uma mãe muito esquentada, tenho certeza que ninguém vai mexer com ele quando ele for maior.
– Claro porque ele tem o pai dele. - Ouvi a voz de Justin e me virei para encará-lo.
– Como é? Você nem gosta dele. - Eu disse olhando pra ele confusa.
– Quem te disse isso? - Ele perguntou andando até Chaz. - Me dê ele.
Harry começou a chorar e se debater assim que Justin encostou nele, então Justin começou a balançar ele pra ver se ele conseguia parar de se mexer, mas o bebê não gostava mesmo dele.
– Você já bateu ou gritou com ele? - Perguntei pegando Harry de seus braços.
– Eu gritei com ele algumas vezes. - Justin disse dando de ombros.
– Ele tem medo de você. - Chaz disse.
– Não tem não, eu sou bem maneiro, falou? - Justin disse.
– Se fosse tão maneiro assim o garoto não iria ficar tão apavorado perto de você. - Chaz disse dando de ombros.
– Chaz, cala a boca e se conforma em ser só o tio dele. - Justin olhando pra ele e depois olhou pra mim.
– Há quanto tempo você está aqui? - Perguntei.
– Desde que vi Chaz entrar aqui. - Ele disse tentando fazer Harry rir.
– E o que te fez mudar de idéia sobre o bebê? - Perguntei cruzando os braços.
Chaz nos olhava prendendo o riso, não sei porquê. Justin olhou pra mim, depois olhou pra Chaz e em seguida olhou pra mim de novo suspirando.
– Isso. - Ele disse e me beijou sem se importar se Chaz estava ali ou não.
O que estao achando?
perfeito demais
ResponderExcluirposta logoooooooooooooooooooooo *-*
ResponderExcluirAwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn *--------------* que amoooooooooor *-* sorri feito idiota aqui u_u minhas bochechas estão doloridas de tanto sorrir *---* awn tão lindos *-*
ResponderExcluir