Já haviam se passado três dias desde que eu havia saído da casa de Justin, era muito bom estar de volta, embora eu sentisse falta dele. Byron era um cara legal, era realmente fofo e a minha mãe estava louca por ele, perdidamente apaixonada, do mesmo jeito que eu estava por Justin.
Eu estava em casa com minha mãe, Byron tinha viajado a negócios, ela disse que era normal, ele sempre viajava. O telefone tocou e ela foi atender, minutos depois ela voltou com um sorriso no rosto e segurando o telefone nas mãos.
– O quê? - Perguntei colocando a chícara onde eu tomava chá, em cima da mesinha.
– Lembra que você disse que queria um emprego? - Ela perguntou animada.
– Lembro, por quê? - Me levantei e caminhei até ela.
– Eu tenho uma amiga que trabalha e tem dois filhos, a babá deles está doente e ela precisa de outra babá essa semana. - Minha mãe disse sorrindo. - Você é perfeita pra isso, filha! Eu sei o quanto você gosta de crianças.
– É, eu acho que vou aceitar sim. - Eu disse e ela me entregou o telefone para que eu falasse com a mulher.
Ficamos um tempo conversando sobre os filhos dela e logo ela me passou o endereço dizendo que eu precisava chegar lá rapidamente, pois ela já estava atrasada uns quarenta minutos para o trabalho.
– Cadê seu carro? - Minha mãe perguntou de eu me lembrei que na verdade eu não fazia idéia de onde ele estava.
– Ah, eu... Eu vendi. - Falei a primeira coisa que veio na cabeça.
Os olhos da minha mãe se sobressaltaram, ela parecia a estar a beira de um colapso nervoso.
– Você é louca, Jessica? Por que você fez isso? - Ela perguntou.
– Eu precisava ajudar o Chaz com as despesas e estava sem grana, mãe! Nós ainda viajamos e eu tive que vender o carro. - Eu disse convincente.
– Nem pense que eu vou te dar outro carro porque eu não vou, entendeu? Aquele carro custou uma fort...
– Olha mãe, eu estou atrasada e não tenho tempo pra conversar, ok? Tchau, te amo. - Eu dei um beijo na cabeça dela e saí quase correndo dali. Pelo menos por enquanto eu estava livre do sermão.
Fui ao enderço indicado de ônibus que graças à Deus, não demorou muito. A casa não era luxuosa, mas era grande e bonita, parecia ser bem confortável também. Toquei a campainha e uma mulher de mais ou menos trinta e dois anos atendeu sorrindo.
– Você deve ser a Jessica, certo? - Ela perguntou e eu assenti.
– E você é a Sharon. - Eu afirmei sorrindo, a mulher assentiu e me deu espaço para entrar.
– Bem, esses são Mitchell e Kieran. - Ela me apresentou a dois garotinhos. - O Mitchell tem treze anos e o Kieran tem cinco.
– Oi, tudo bem? - Eu disse me aproximando deles e afagando os fios loiros de ambos.
– Você vai me contar histórias? - Kieran perguntou e eu assenti sorrindo. Ele bateu palminhas e olhou pra Brian.
– Vocês dois são lindos. - Eu disse e era verdade. Na verdade o que mais gostei foram os olhos azuis.
– Obrigado. - Os dois disseram juntos.
– Bem, eu tenho que ir, qualquer coisa meu número está grudado na geladeira. - Ela disse dando um beijo nos garotos, pegando a bolsa, acenando pra mim e saindo.
– Vamos brincar de luta de bonecos? - Kieran perguntou.
– Ah sim, vamos. - Eu disse sorrindo.
– Eu vou pegar os bonecos. - Kieran saiu correndo e gritando e eu fiquei com Mitchell.
– E você, o que quer fazer? - Perguntei olhando pra ele simpática.
Ele não disse nada, me olhou com os olhos apertados e passou ao meu lado me dando uma palmada no traseiro.
– Você é uma delícia.
Arregalei os olhos. Tipo, ele é um tarado mirim ou o quê? O menino mudou totalmente e eu estava me sentindo estranha de estar ali perto dele. Olhei para aquele moleque, pronta pra repreendê-lo e me deparei com ele tirando a camisa, se jogando no sofá e colocando as mãos por dentro das calças.
– Hey garoto! Pare com isso, eu sou mais velha que você sabia? Me respeite e se quiser fazer... Isso aí, vá pro seu quarto. - Eu disse irritada e ele me olhou com tédio.
– E se eu não quiser? - Ele começou a se apertar por baixo das calças e eu suspirei nervosa, louca pra encher ele de tapas. - Vai ficar olhando ou vai vim me ajudar? Meu pau é bem grande pra minha idade, dê uma olhadinha. - Ele disse abaixando a calça e eu me virei saindo dali.
Fui procurar Kieran e o encontrei no quarto tirando uns bonecos da caixa de brinquedos.
– Qual deles você vai ser, Jessica? - Ele perguntou percebendo minha presença.
– Olha meu amor, eu não quero brincar agora, mas você pode ir brincar com o Mitchell. - Eu disse tentando arranjar um jeito de manter Kieran por perto, pelo que eu vi Mitchell não fazia aquelas coisas quando o irmãozinho tava perto, provavelmente por medo do garotinho contar tudo a mãe dele.
– O Mitchell não gosta de brincar comigo! Eu só brincava com o Ryan, mas ele foi embora. - O garotinho disse apontando para uma foto na cabeceira da cama dele.
– Ai.meu.Deus. - Eu sussurrei pausadamente.
Sim, ali estava Ryan, o Ryan que eu conhecia, o Ryan que Justin tinha matado ou sei lá, agora eu sabia de onde veio a ousadia de Mitchell, com certeza Ryan ensinou aquilo a ele.
– Ele é seu irmão? - Perguntei pra ter certeza e Kieran assentiu. - E pra onde ele foi?
– Eu não sei, ele saiu para trabalhar e não voltou mais. - Ele disse.
– E sua mãe não chamou a polícia? - Perguntei.
– Não, o papai disse que não precisava porque Ryan viajou.
Fiquei aliviada e confusa. Por que os pais dele não procuraram saber onde ele estava? Quer dizer, era óbvio que ele não estava viajando, Justin matou ele. O que não entrava na minha cabeça era o motivo de os pais dele não tê-lo procurado. Talvez eles soubessem que Ryan andava com pessoas erradas e tinham medo de que achassem Ryan fazendo algo ilegal e ele fosse preso.
– Hmm. Então vamos brincar lá embaixo? - Eu peguntei e ele assentiu.
Pegamos os brinquedos e descemos, me sentei no chão da sala, liguei a TV e começei a brincar com Kieran. Mitchell não estava ali, o que era bom.
– Eu to com fome. - Mitchel apareceu com o cabelo molhado e vestido em uma bermuda verde claro.
Suspirei me levantando e andando até ele.
– O que você quer comer? - Perguntei sem paciência.
– Essa sua bunda gostosa. - Ele sussurrou para Kieran não ouvir.
– Olha aqui garoto, se você continuar com essas brincadeiras eu vou ligar pra sua mãe. - Eu ameaçei e ele saiu de perto dando de ombros. - Você está com fome Kieran?
– Sim, eu quero comer hmmm... Sorvete! - Ele gritou a última palavra se levantando.
– Que tal biscoitos? Eles são uma delícia! - Eu disse me lembrando que Sharon disse para não dá nada gelado para eles, principalmente para Kieran.
– Tudo bem. - Ele disse meio decepcionado.
Passei o resto do dia cuidando deles, até às sete quando Sharon chegou.
– Obrigada querida. - Ela disse me dando quinze dólares.
– Foi um prazer cuidar deles. - Eu menti. Na verdade se dependesse do Kieran seria um prazer mesmo, mas com Mitchell me chamando de gostosa e passando a mão em mim o tempo todo, foi uma tarefa bem extressante.
– Que bom. Então, amanhã chegue um pouco mais cedo, ok? - Ela disse e eu assenti saindo.
Assim se sucederam mais três dias, eu passava a maior parte do tempo cuidando de Kieran e de Mitchell, eu ainda estava aguentando os assédios do mais velho, mas já estava a ponto de espancar ele se continuasse com as gracinhas.
Eu estava colocando Kieran para tirar uma soneca e ele me pediu para deitar com ele na cama, fiquei acariciando o cabelo dele por um tempo até que aos poucos eu fui perdendo os sentidos e quando estava prestas a dormir de verdade eu senti algo sobre meus lábios. Me levantei assustada e vi Mitchell me olhando com os olhos arregalados.
– Você está louco Mitchell? Como você se atreve a me beijar enquanto eu estou dormindo? - Eu gritei e ele olhou para Kieran que parecia não ter dormido nada.
– Desculpa Jessica, por favor. - Ele implorou. - Diga pro Kieran que é só uma brincadeira, eu não quero apanhar.
Suspirei passando a mão pelos cabelos e encarando os dois, por mais que eu estivesse louca pra contar tudo pra Sharon, eu senti pena de Mitchell e resolvi dar mais uma chance pra ele.
– Tudo bem, mas não brinque desse jeito novamente. - Eu disse e ele assentiu.
Sharon chegou e me deu meu pagamento, Mitchell estava tenso, mas ficou mais aliviado ao me ver andando até a porta.
Fui pra casa e estranhei a porta estar trancada, procurei minha chave na minha bolsa e logo achei abrindo a porta e entrando.
– Mãe, você não vai acreditar o que aconteceu comigo! - Eu disse olhando pra ela que estava sentada no sofá meio torta. - Mãe? Mãe, eu to falando com você.
Me aproximei e sacudi seu ombro. O corpo dela caiu pro lado e eu vi um buraco em sua nuca, fiquei sem reação, eu olhei ao redor nervosa não acreditando no que tinha acontecido.
– MÃE POR FAVOR, FALA COMIGO! FALA COMIGO MÃE, POR FAVOR, FALA COMIGO. - Eu gritei sacudindo ela que estava com os olhos abertos, mas estava morta.
Me sentei no chão e começei a chorar. Por que aquilo havia acontecido? Por que mataram minha mãe? Quem matou a minha mãe?
Ouvi um barulho na cozinha e me lembrei da arma de Justin que estava no meu quarto, subi lá correndo para pegá-la, mas não encontrei, revirei tudo enquanto me tremia e chorava alto.
Voltei lá pra baixo ao ouvir mais um tiro, eu não me importei se eu morreria também, só queria ver quem tinha matado ela, quem tinha tirado a minha mãe, a minha melhor amiga, eu queria saber quem me deixou orfã, sem ninguém no mundo, mas por sorte ou azar a pessoa não estava mais lá.
Olhei ao redor e não achei mais o corpo dela, me desesperei. Quem levaria o corpo dela? Pra onde? Por quê?
Então eu me lembrei da confiança e segurança das palavras de Justin.
"Acredite no quiser, eu sei que você vai voltar."
Me lembrei tambem do sumiço de sua arma, ninguém mais sabia que eu tinha aquela arma, só ele, ele foi o único que viu e ficou vivo depois disso.
Cheguei a uma conclusão e eu tinha a plena certeza: Justin matou a minha mãe e ele iria pagar muito caro.
O que estao achando?
OMG *-* coitada da Jessica :/ .. tadinhaa :( krl ta fodaa de mais ..
ResponderExcluirOmg!! Garoto safado esse u_u aaaaaaaaaaaaah ): fiquei com mt raiva ;@ quem foi o idiota que fez isso?tadinhaa :/ foda de mais +2
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