domingo, 24 de junho de 2012

Capítulo 24 Namorado novo?

Nos três dias que se seguiram eu proibi que atendessem o telefone que tocava pelo menos duas vezes por dia e sempre à noite, ninguém sabia que era Justin ligando, por isso obedeceram.
Bem, eram mais ou menos quatro e cinquenta tarde, eu estava voltando com Chaz de mais um treino, sem querer me gabar, eu já posso afirmar que eu estou indo extremamente bem como Richard disse.
Fui pro meu quarto e tirei a roupa ficando só de sutiã e calcinha, me deitei na cama esperando meu sangue esfriar par que eu pudesse tomar banho até que eu ouvir barulhos vindos do banheiro, fiquei meio assustada com aquilo, mas pensei que não poderia ser algo tão ruim, quer dizer, aqui tudo era seguro, haviam vários homens lá embaixo, então aquilo que estava no meu banheiro deveria ser no máximo um rato e como eu não tenho medo dessas coisas, resolvi ir ao ataque. Peguei meus saltos -Chaz me obrigou a treinar usando salto para aumentar minha resistência, vai entender- e andei devagar me sentindo a amior idiota, segurei o trinco devagar e girei, aí eu já nem precisava abrir a porta mais, eu conseguia ouvir claramente alguns gemidos lá dentro, mas eu abri assim mesmo e me arrependi logo depois, vi Justin debruçado sobre o corpo de uma garota desconhecida por mim enquanto entocava ela profundamente, ambos de olhos fechados, nem me perceberam ali.
E então tudo foi rápido, senti minha cabeça rodar, eu estava tendo mais uma vertigem, ou quase isso, mas eu ainda podia enxergar. Eu corri naquela direção e empurrei Justin com toda a minha força, ouvi o barulho que fez ao se chocar com a borda da banheira, Justin gemeu de dor, peguei a garota pelo braço e a virei pra mim dando-lhe um tapa no rosto.
– O que você está fazendo Jessica? Vá embora. - Justin gritou ainda se contorcendo de dor enquanto apertava a própria costela.
– Cale a boca seu merda, eu vou mostrar pra vocês dois que eu não sou nenhuma idiota. - Eu disse olhando pra garota no chão. - Vamos, levante vadia! Eu não sou covarde de te bater enquanto você está no chão.
– Jessica, pare com isso! - Justin disse se levantando e segurando meus braços.
– Me solte, seu desgraçado, eu vou quebrar a cara dela e depois quebro a sua. - Eu gritei descontrolada enquanto me debatia.
– Vá pro quarto ao lado, Camila, depois eu apareço por lá. - Justin disse pra garota.
Ela passou ao meu lado e eu dei o melhor de mim para me soltar e bater nela até todo aquele silicone estourar.
– Jessica, Jessica fica... Fica quieta garota! FICA QUIETA PORRA! - Justin disse enquanto tentava me manter quieta.
Senti minhas costas baterem com força na porta e ele apertou meus braços pra cima com força enquanto olhava em meus olhos tentando me passar que ele mandava e eu obedecia. Justin se debruçou em minha direção e iclinou a cabeça, olhando agora para meus lábios, ele estava se aproximando e eu sabia que ele iria me beijar, mas quem disse que conseguiria?
– CADELA! - Ele gritou logo após eu ter chutado suas partes balançantes.
– Me espere aqui que agora eu vou mostrar para a Camila, com quantos socos se mata uma vadia. - Eu saí furiosa e deixei Justin no chão gemendo.
Nem me apressei me correr pra chegar logo ao quarto onde a menina estava e esse foi o meu erro, assim que eu cheguei no corredor senti alguém me puxar de volta pro quarto e me carregar até a cama.
– Para com isso Jessica, você está enlouquecendo? - Justin perguntou ainda meio assustado com meu ataque.
– Eu deveria perguntar isso pra você seu cachorro! Como você tem a coragem de trazer uma putinha pro banheiro do meu quarto? - Perguntei tentando fazer ele me soltar.
– Seu quarto? Quem disse que esse quarto é seu? - Ele disse franzindo a testa. - Você só dorme aqui porque eu não quero você no meu quarto e eu preciso te manter longe dos outros caras, mas esse quarto não é seu e nunca vai ser.
– Mas isso não te dá o direito de trazer ela pra cá, você deveria ter o mínimo de respeito por mim, Justin. Eu sempre estive aqui quando você chorou com saudade da sua mãe, eu nunca te tratei mal mesmo você sendo um merda comigo, mesmo você me tratando como um lixo, Justin. Você não me deixa ver minha mãe, eu não quero mais continuar aqui se as coisas continuarem desse jeito. - Eu disse parando de me debater e começando a chorar, aquilo estava me machucando de verdade e eu precisava pôr um ponto final logo, antes que tudo o que ainda restava em mim fosse destruído por completo.
– Você não tem escolha, Jessica, eu não quero que você vá, então você não vai. - Ele disse me olhando meio perturbado.
– Então me prometa que tudo vai mudar e eu fico. - Eu disse olhando nos olhos dele.
Justin fechou os olhos e balançou a cabeça negando.
– Não é assim, Jessica, você não vai me impor nada, tudo vai continuar do jeito que está você querendo ou não. - Ele disse abrindo os olhos e me encarando.
– Eu não quero ficar perto de você, eu não quero que você me toque mais, eu não quero olhar pra você ou ouvir sua voz, eu só quero ir embora e é o que eu vou fazer. - Eu disse olhando pra ele firme.
– Quer saber? Faça o que você quiser, eu só vou te avisar uma coisa, existem muito mais pessoas envolvidas entre nós dois do que você pensa e é perigoso. - Ele disse saindo de cima de mim e me encarando de longe.
– Eu não ligo, quem me garante que não é uma mentira sua pra me manter aqui? - Eu disse me levantando e vestindo a roupa que eu usava antes, mas colocando um tênis dessa vez.
– Acredite no quiser, eu sei que você vai voltar. - Ele disse indo pro banheiro.
Começei a arrumar a mala que eu tinha levado com algumas coisas minhas, não estava com cabeça pra dobrar nada, então fui socando tudo de qualquer jeito. Justin voltou pro quarto de cueca e com roupas dele e da garota nas mãos, percebi que ele não ia embora e estava observando eu arrumar a mala.
– Você não está falando sério, está? - Ele perguntou incrédulo.
– O que você acha? - Perguntei parando e olhando pra ele.
– Eu acho que você é estúpida em não me ouvir. - Ele disse se sentando na cama.
– Foda-se o que você acha. - Eu disse voltando a arrumar tudo.
– Só quero ver até quando você vai levar isso. - Ele disse e eu preferi não responder.
Justin saiu do quarto e me deixou ali sozinha, provavelmente ele estava no quarto vizinho com aCamila. Peguei tudo e fechei a mala, saí do quarto batendo a porta com força e desci as escadas.
– Volte pro quarto, Jessica. - Justin disse descendo as escadas atrás de mim, ele estava de calça e sem camisa.
– Eu não vou voltar pra porra do quarto, Justin! E se você tentar me impedir de ir embora eu juro que te mato, literalmente. - Eu disse tirando a arma que ele me deu da cintura e apontando pra ele.
– Wow! Não é pra tanto, eu só quero que você vá pro quarto, você está de cabeça quente, vamos conversar amanhã de manhã quando tudo estiver calmo. - Ele disse com as mãos levantadas.
– Não tenho mais nada pra falar com você, Justin. - Eu disse e andei de costas até a porta, mantendo ele sempre na mira da arma até estar fora de seu campo de visão.
Não me importei me pegar um carro, decidi ir a pé mesmo, passei pelos homens com a arma escondida, acenei para eles sorrindo e passei pelos portões. Andei pela estradinha escura e assustadora, aquilo era realmente macabro e eu sentia que estava sendo seguida, começei a correr e a adrenalina, que ainda estava correndo em minhas veias, me fez correr tão rápido que em pouco tempo eu estava na rodovia. Começei a andar devagar checando a todo momento se havia carros vindo na direção contrária, eu precisava de carona ou só chegaria em casa no outro dia de manhã.
Então eu vi ao longe um farol aceso, me animei com aquilo, ao que parecia, era uma moto, parei de andar e começei a acenar, até que a moto se aproximou mais ainda e parou.
– Oi gatinha, quer uma carona pro meu apartamento? - Um cara de mais ou menos vinte e cinco anos disse tirando o capacete.
– Acho que não, prefiro te mandar pro inferno. - Eu saquei a arma e atirei no rosto dele. - Boa viagem, gatinho.
Eu ri. Arrastei ele para a estradinha e o deixei perto de uma árvore, coberto por folhas secas, mas antes disso eu peguei a carteira dele e resolvi levar comigo, montei na moto e fui pra cidade tranquilamente.
Quando já estava consideravelmente perto de casa, abandonei a moto em uma esquina qualquer e andei por vinte minutos até, enfim, ver a casa da esquina da rua onde eu morava.
A cidade estava vazia, a maioria das pessoas estavam em casa ou em algum lual na praia e como a minha casa ficava longe da costa, tudo estava calmo por ali. Tateei a chave reserva que ficava em cima do batente da porta e logo a achei, abri a porta e a tranquei em seguida.
Arrastei minha mala até meu quarto com o maior cuidado para não acordar minha mãe, tomei banho em minha suíte, vesti um pijama composto e confortável e me deitei na cama sentindo aquela famosa dorzinha nas costas. Não estava fácil dormir, quer dizer, eu estava sentindo falta daquele outro quarto, ou talvez só da certeza de acordar e ver Justin em algum canto da casa.
Acordei no outro dia e abri os olhos me lembrando de tudo o que havia acontecido na noite passada, por um lado eu estava feliz por ter me livrado de Justin, mas eu também estava assustada, eu não sabia do que Justin era capaz, ele estava muito confiante quando disse que eu voltaria e eu tinha medo de imaginar o que ele faria pra que aquilo se cumprisse.
Me levantei e fui lavar o rosto, troquei de roupa e resolvi descer, eu queria ver minha mãe e poder abracá-la agora. Entrei na cozinha e vi ela de costas, eu estava tentando arranjar algum jeito de fazer ela me notar sem assustá-la.
– Oi mãe. - Eu disse baixinho para que ela não ficasse assustada, mas não funcionou muito.
– Oh Jessica, que susto! O que você está fazendo aqui? - Ela perguntou com a mão no peito.
– Não gostou da surpresa? Eu voltei. - Eu disse sorrindo e ela me retribuiu vindo me abraçar.
Ficamos algum tempo abraçadas, ela me apertava cada vez mais e alisava meu cabelo dizendo o quanto era bom me ter de volta em casa.
– Carly onde está meu celular? - Ouvi uma voz atrás de mim e me virei para encarar o homem que entrava na cozinha com uma toalha enrolada an cintura.
– A-ah, Jessica esse é o Byron e Byron essa é minha filha, Jessica. - Minha mãe disse aparentemente nervosa.
– Oi Jessica, sou o namorado da sua mãe. - Ele disse sorrindo e me estendendo a mão.
– Prazer. - Eu disse segurando a mão dele e sorrindo.
Confesso que não consegui deixar de reparar nas formas de Byron, ele era extremamente bonito e estava em plena forma física. Não que minha mãe fosse feia e derrubada, mas Byron parecia ser o tipo de cara que prefere garotas novas e, assim como ele, com formas perfeitas.
– Oh, me desculpe por isso, eu não sabia que você estaria aqui. - Ele disse percebendo que eu olhava para seu corpo.
– Tudo bem, eu não posso dizer que odiei isso. - Eu disse e depois ri para que minha mãe não desconfiasse o quão verdadeira foi aquela frase.
– Bem, eu vou me trocar e já venho. Você vai ficar para o café? - Ele perguntou.
– Na verdade eu vou ficar aqui... sempre. - Eu disse sorrindo e ele arqueou uma sombrancelha sorrindo de lado.
– Ótimo. - Ele disse e saiu.
Me virei para minha mãe e não conti o gritinho de excitação, minha mãe me acompanhou como se fosse uma adolescente com seu primeiro namorado gostosão.
– Aonde você encontrou ele? - Perguntei boquiaberta.
– No supermercado, ele me ajudou a pegar um produto que estava no alto e depois levou as compras até o meu carro. - Ela disse dando um gritinho e começando a servir a mesa.
– Cara que sorte! - Eu disse me sentando à mesa.
– Pois é. - Ela disse e sentou comigo.
Logo Byron voltou e começamos a comer, por um momento eu tinha esquecido de Justin, mas me lembrei assim que minha mãe falou em Chaz.
"...Faça o que você quiser, eu só vou te avisar uma coisa, existem muito mais pessoas envolvidas entre nós dois do que você pensa e é perigoso." - Lembrei-me das palavras de Justin.
O que será que ele quis dizer com isso?
Que pessoas estariam envolvidas entre nós dois?
Por que era tão perigoso?


O que estao achando?
 

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