quarta-feira, 20 de junho de 2012

Capítulo 18 A sua dor é a minha também

Fiz o que Justin havia dito, mas antes tomei um banho rápido. Me maqueei e me vesti, sentei na cama e fiquei esperando Justin chegar.
Ouvi uns barulhos lá embaixo como se algumas coisas estivessem caindo e depois risadas de Justin, então ouvi um barulho lá fora, olhei pela janela e vi alguns carros, em quatro deles as mulheres da casa entraram, nos outro alguns homens que ficavam dentro da casa entraram. Fiquei sem entender, quer dizer, estão todos saindo, a casa não pode ficar sem segurança, apesar de, que ainda tinham muitos homens protegendo os muros da casa e a porta principal pelo lado de fora.
– Vamos? - Ouvi a voz rouca mais sexy do mundo e me virei.
Quase tive um troço quando o vi ali, Justin estava incrívelmente sexy em trajes escuros e com o rosto coberto por alguns curativos que o deixaram mais irresistível ainda. Sorri pra ele e me levantei, Justin me analisou de cima abaixo e sorriu me segurando pelo ombro e me ajudando a descer com as moletas. Descemos e Justin me pediu pra sentar no sofá, fiz como ele disse e ele saiu voltando minutos depois.
– Agora está tudo pronto. - Ele sorriu animado e eu dei um pequeno sorriso de expectativa.
Então Justin tapou meus olhos e me guiou até a cozinha.
– Está pronta? - Ele perguntou divertido.
– Estou, mas agente não ia sair? - Perguntei confusa.
– Não, eu não disse na da sobre sair. - Ele riu baixinho e encostou o queixo no meu ombro.
– Tudo bem, então me deixe ver logo. - Eu disse e ele descobriu meus olhos.
Meu sorriso aumentou ao ver como a cozinha estava. Tinha uma mesa menor com duas cadeiras, esta estava "arrumada" com louças brilhantes, um balde com gelo e uma garrafa de champagne dentro, as luzes estavam apagadas e só o que clareava eram as velas que ele tinha espalhado pela cozinha, na verdade dava pra perceber que não foi nenhuma das garotas que fez porque ela eram caprichadas e, apesar do esforço aparente para deixar tudo bonito, ele não teve muito sucesso.
– Acho que você deveria despedir quem fez isso. - Eu brinquei e Justin coçou a nuca sem graça.
– Eu não acho que devia me demitir, sem mim esse negócio não vai pra frente. - Ele sorriu e apertou os lábios em seguida. - Ah, senta aí.
Justin foi se sentar na outra cadeira ficou me olhando, às vezes ele sorria pra mim, outras vezes ele ficava olhando para qualquer coisa menos pra mim, o clima estava estranho, era algo tão engraçado, parecíamos dois adolescentes em seu primeiro encontro, se bem que eu sou uma jovem-adulta que acabou de sair da adolescência, já sobre Justin, não sei a idade dele, então não posso dizer o mesmo.
– Ah, você quer comer agora? - Ele perguntou meio perdido.
– Só estava esperando você me perguntar. - Eu dei uma risadinha ele balançou a cabeça se levantando.
– É que eu nunca jantei com uma garota, você sabe, desse jeito. - Ele disse de costas pra mim.
– Como assim? De que jeito? - Perguntei me ajeitando na cadeira.
– Ah, você sabe, um jantar romântico. - Ele disse enquanto andava até a bancada onde tinha uma bandeja e ficando de lado, então pude ter uma visão parcial de seu rosto. Pude ver Justin prender o ar e balançar a cabeça retorcendo o rosto como se tivesse dito alguma idiotisse.
– Vocês está indo bem. - Eu disse e vi ele sorrir de lado.
– Espero que goste do que eu fiz. - Ele disse trazendo a bandeja pra mesa e tirando a tampa que cobria.
Eu sorri pra ele e me servi do espaguete assim como ele, dei a primeira garfada e Justin ficou me olhando enquanto segurava o garfo, estudando se eu tinha gostado da comida.
– Você deveria ser cozinheiro. - Eu disse e ele riu colocando o garfo dele na boca.
– Na verdade essa é a única coisa que eu sei fazer. - Ele disse com a boca cheia e deu de ombros. Eu ri fraco e continuei comendo, está realmente bom.
Terminamos de comer e Justin abriu o champagne, tomamos algumas taças e Justin logo estava meio alto, mas eu ainda me segurava porque era acostumada a beber nas festas de Cameron ou em qualquer outro lugar.
– Você deveria ser uma peste quando criança. - Eu disse rindo de um fato de sua infância que ele contou. - Não sei como sua mãe te aguentava.
A expressão dele mudou, o sorriso espontâneo e verdadeiro virou uma expressão dura e frágil ao mesmo tempo.
– Desculpa, eu não quis tocar no assunto. - Eu disse totalmente arrependida de ter lembrado da mãe dele.
– Tudo bem. - Ele deu um sorriso forçado e ficou olhando pra vela enquanto passava o dedo em cima dela. - Sabe, às vezes eu sinto falta dela. - A voz dele já estava embargada, Justin riu sem humor e balançou a cabeça, seus olhos estavam meio marejados e ele passou a mão no rosto enquanto respirava fundo, tentando se controlar.
– Eu imagino. - Eu disse tocando a mão dele sobre a mesa. Justin segurou minha mão com a mão livre dele e olhou pro teto.
– Eu me lembro do meu primeiro dia de aula quando nos mudamos pra Atlanta... Eu estava assustado, não queria deixar ela só... - Ele abaixou a cabeça deixando as lágrimas caírem. - Sabe o que ela me disse? - Ele riu sem humor arqueando as sombrancelhas. Eu neguei. - Ela disse pra que eu fosse em frente, me disse pra encarar meus medos de frente e chutá-los... - Ele mordeu os lábios, começou a chorar de verdade e colocou a mão no rosto.
Me levantei e fui até ele e fiquei à sua frente enquanto alisava seu cabelo, Justin se levantou e me abraçou forte chorando no meu ombro.
– Um dia ela descobriu que estava com câncer no estômago... O Martin... Ele disse que podia ajudar ela se eu fizesse alguns serviços pra ele, mas aquele desgraçado mentiu! No dia que eu fui cobrar a ajuda, ele tirou a arma na cintura e atirou nela na minha frente, eu só tinha treze anos, Jessica! - Ele me abraçou mais forte e chorou com vontade, eu já sentia meu ombro encharcado com as lágrimas dele, meu rosto já estava molhado com minhas lágrimas.
– Calma meu amor, não fica assim. - Por mais inúteis que fossem as minhas palavras, eu as disse porque não sabia o que dizer para confortá-lo.
– Ele me fez matar pessoas antes disso... Eu só queria que a minha mãe ficasse bem, Jessica... Sabe o que ele disse depois que matou ela? - Ele me soltou passou as mãos pelo cabelo. - Eu acabei com a dor dela e ainda te dei um futuro, agora você é meu. - Justin me olhou depois de dizer entredentes o que o tal Martin tinha dito pra ele. - Eu matei aquele desgraçado... Agora o irmão dele, Marcos, tá atrás de mim... E eu nunca disse isso pra ninguém, na verdade, eu nunca senti isso, Jessica, mas... E-eu to com medo... Ele me disse algumas coisas hoje e eu não quero que ele cumpra. - Justin se sentou na cadeira e voltou a chorar.
Eu me senti especial por saber que ele confiava em mim pra contar aquelas coisas, pra admitir que tinha medo, apesar de que, eu sabia que era o álcool que estava fazendo com que ele não tivesse vergonha ou medo de falar, mas ainda assim eu me senti importante.
– Não se preocupe, eu vou estar aqui com você, pro que der e vier. - Eu disse e me sentei em seu colo.
Justin segurou minha cintura e deitou a cabeça sobre meus seios, continuei tentando acalmá-lo, enquanto o acariciava e dava alguns beijos em seus cabelos.
– Vem, vamos subir. - Eu disse me apoiando em apenas uma moleta e dando a outra mão para Justin segurar.
Subimos e eu o levei pro meu quarto.
– Deite aqui. - Eu apontei a cama e ele fez o que eu disse.
Me deitei ao seu lado e vi ele tirar o próprio tênis, depois Justin pegou meu braço e passou em volta do próprio corpo, ficamos de conchinhas, mas eu fiquei atrás dele porque ficava melhor pra acariciá-lo. Justin começou a beijar minha mão enquanto ainda chorava baixinho.
Deve ter sido difícil perder a mãe ao treze anos e ainda ver ela ser assassinada de um jeito tão trágico por um homem que havia prometido ajudar. Apesar daquela pose de durão, Justin era frágil, agora eu podia ver o quão amargurado ele era, toda a violência que ele praticava era só uma reação, uma defesa, um jeito de se proteger da dor que ainda sentia pela perda, não que isso justificasse matar ou machucar pessoas, mas eu o entendia.
Ouvir Justin fungar enquanto se acariciava com minha mão era triste, eu sentia o quando ele me apertava às vezes como se quisesse que a dor passasse. Eu podia sentir o quanto aquilo machucava Justin e, de algum modo, aquilo me machucava também. A dor dele era a minha agora.

O que estao achando?
 

3 comentários:

  1. Anwwww *-* que fofos .. anww Bieber *-* mto fofo esse capitulo s2 anwww *--*

    BY: Thaais >.<

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  2. Awwwwwn *-* Justin seu lindo *-* muito perfeito esse cap *-*

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  3. eita ;s faz tempo que não comento :s enfim ta muito bom *----*

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